Na época, o acusado não foi preso, mas desde então o casal se separou e o inquérito teve início. O homem chegou a ser intimado pela Polícia Civil para prestar depoimento, em fevereiro, mas não compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. De acordo com a delegada Ana Paula Lamego Balbino, que coordena a investigação, neste ano o agressor deu início às ameaças por meio do aplicativo de mensagens.
“O que chama a atenção é o teor das conversas. Além das ameaças de morte e das fotos de armas que ele enviava à vítima, fazia cálculos do tempo que passaria na prisão, caso a agredisse e a matasse, levando em consideração que teria redução de pena por ser réu primário, por trabalhar na cadeia e por bom comportamento. E dizia que ainda sairia jovem para conviver com os filhos”, afirma a delegada. As mensagens mostram, segundo a policial, que o suspeito, que tem ensino superior, é conhecedor da lei.
No texto das mensagens, o homem ameaça agredir a mulher caso ela voltasse a estudar, e diz que o faria publicamente, na faculdade.
Segundo a delegada, somadas ao histórico de agressão e violência, as mensagens foram suficientes para entrar com o pedido de prisão preventiva e do mandado de busca e apreensão, também cumprido ontem no apartamento em que o empresário mora com a mãe, em frente a um shopping center no Belvedere. No local, no entanto, as armas postadas nas fotos não foram encontradas. Segundo a equipe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, que cumpriu o mandado de prisão, o acusado não apresentou resistência. Ele foi encaminhado ainda na tarde de ontem a uma unidade prisional.
A delegada Ana Paula destaca a importância da manutenção das provas nos casos de violência doméstica e da necessidade de se fazer a denúncia. “Às vezes, a vítima não tem noção de que uma simples mensagem de celular pode resultar em um pedido de prisão. Por isso, é fundamental se informar quando se é vítima de qualquer tipo de violência, não só física, mas também psicológica, moral, financeira ou sexual”, disse, lembrando ainda que esse tipo de crime ocorre em qualquer tipo de casse social ou econômica.
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