Empresário é preso no Belvedere por ameaçar de morte a ex-mulher

Homem mandava fotos de armas e dizia que bateria na ex-companheira se ela voltasse a estudar. Exame de corpo de delito comprovou que vítima foi agredida com um soco no rosto

Valquiria Lopes
Em fotos postadas em rede social, acusado exibe armas. Nas mensagens, faz ameaça - Foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS/Reprodução
Mensagens enviadas por meio de um aplicativo com fotos de armas e diálogos que revelam ameaças de morte foram ponto-chave para o pedido de prisão preventiva contra um empresário de 29 anos, detido na tarde de ontem no apartamento de luxo em que mora no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O homem era investigado desde julho de 2016, em inquérito policial de violência doméstica contra a ex-companheira, com quem manteve relacionamento de quatro anos e tem dois filhos – um de 2 anos e um bebê de 9 meses. Na ocasião, exame de corpo de delito comprovou que a mulher foi agredida com um soco no rosto, abaixo do olho direito.


Na época, o acusado não foi preso, mas desde então o casal se separou e o inquérito teve início. O homem chegou a ser intimado pela Polícia Civil para prestar depoimento, em fevereiro, mas não compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. De acordo com a delegada Ana Paula Lamego Balbino, que coordena a investigação, neste ano o agressor deu início às ameaças por meio do aplicativo de mensagens.

“O que chama a atenção é o teor das conversas. Além das ameaças de morte e das fotos de armas que ele enviava à vítima, fazia cálculos do tempo que passaria na prisão, caso a agredisse e a matasse, levando em consideração que teria redução de pena por ser réu primário, por trabalhar na cadeia e por bom comportamento. E dizia que ainda sairia jovem para conviver com os filhos”, afirma a delegada. As mensagens mostram, segundo a policial, que o suspeito, que tem ensino superior, é conhecedor da lei.

No texto das mensagens, o homem ameaça agredir a mulher caso ela voltasse a estudar, e diz que o faria publicamente, na faculdade.

Pela agressão, ele afirma que ficaria preso durante dois anos e que, ao ser solto, mataria a ex-companheira. Por esse crime, “pegaria” 25 anos, mas ficaria detido apenas seis e ainda poderia aproveitar a infância dos filhos.

Segundo a delegada, somadas ao histórico de agressão e violência, as mensagens foram suficientes para entrar com o pedido de prisão preventiva e do mandado de busca e apreensão, também cumprido ontem no apartamento em que o empresário mora com a mãe, em frente a um shopping center no Belvedere. No local, no entanto, as armas postadas nas fotos não foram encontradas. Segundo a equipe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, que cumpriu o mandado de prisão, o acusado não apresentou resistência. Ele foi encaminhado ainda na tarde de ontem a uma unidade prisional.

A delegada Ana Paula destaca a importância da manutenção das provas nos casos de violência doméstica e da necessidade de se fazer a denúncia. “Às vezes, a vítima não tem noção de que uma simples mensagem de celular pode resultar em um pedido de prisão. Por isso, é fundamental se informar quando se é vítima de qualquer tipo de violência, não só física, mas também psicológica, moral, financeira ou sexual”, disse, lembrando ainda que esse tipo de crime ocorre em qualquer tipo de casse social ou econômica.

Delegada Ana Paula Lamego Balbino está investigando o caso: "O que chama a atenção é o teor das conversas. Além das ameaças de morte e das fotos de armas que ele enviava à vítima, fazia cálculos do tempo que passaria na prisão, caso a agredisse e a matasse" - Foto: Túlio Santos/EM/D.A PRESS

 

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