Os dois policiais civis, vinculados ao Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família (DIOPF), negaram a situação e disseram que não olharam e nem mexeram com ninguém. Eles alegam que um rapaz de braço engessado passou perto deles e questionou porque eles estavam olhando para as mulheres. A resposta dos civis foi que não havia essa situação e que o soldado não se identificou como policial militar. O fato é que vários tiros foram disparados aparentemente na porta da pizzaria, que fica na Avenida dos Engenheiros, e, por sorte, ninguém ficou ferido.
O relato que a Polícia Militar levou à delegada da Central de Flagrantes 4 da Polícia Civil dá conta de que quatro soldados, sendo três da PM, lotados no 13º e 34º Batalhões, e um do Corpo de Bombeiros, do 1º Batalhão, estavam com duas mulheres na pizzaria.
Uma delas, de 21 anos, é namorada de um dos soldados e a segunda, de 19, que conversou com a reportagem do EM, disse ser amiga do grupo. Ela tem 19 anos, não quis se identificar e falou que as duas foram desrespeitadas pelos investigadores da Polícia Civil, mas não quis dar detalhes do que os agentes teriam dito. “Não me recordo exatamente do que eles falaram”, afirma.
Na ocorrência, consta a informação que a jovem de 19 anos estava saindo do local com um dos soldados de mãos dadas, no momento em que foi chamada de “gostosa” por um dos civis.
Nesse momento, o soldado relata que um dos investigadores deu um tiro perto do seu pé. Em seguida, ele diz que o policial civil ainda apontou a arma na direção de sua cabeça e disse que ele iria morrer. A partir daí a confusão ficou generalizada, com luta corporal e disparo de mais tiros com o retorno dos demais policiais militares e também do bombeiro.
O confronto continuou na rua, com policiais se abrigando atrás de carros e árvores, até que a situação foi contida e as viaturas da PM apareceram. Ainda segundo a ocorrência, para não agravar o acirramento dos ânimos no local, todos foram levados para a delegacia. Uma das pessoas que estavam no local disse que correu para a cozinha no momento da confusão e negou que tiros tenham sido disparados dentro do estabelecimento. Segundo a testemunha, todos os disparos foram do lado de fora. "O susto foi muito grande, mas graças a Deus ninguém se machucou", afirma.
O Grupo de Pronta Resposta da (GPR) da Polícia Civil esteve no local assim como várias unidades da PM e dos bombeiros. Três armas foram recolhidas, sendo duas dos soldados envolvidos e uma de um dos investigadores.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que as corregedorias das polícias Civil e Militar vão apurar o ocorrido. Confira a íntegra da nota enviada pela pasta:
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informa que as Corregedorias da Polícia Militar e Polícia Civil vão apurar a ocorrência envolvendo profissionais das duas corporações na noite de domingo, 28.05, no Bairro Castelo, em Belo Horizonte. De acordo com dados preliminares, um policial civil e um policial militar teriam se desentendido enquanto estavam em um bar, na Avenida Engenheiros, fora do horário de serviço.