Como o menino foi socorrido rapidamente pelos pais ao Hospital Pronto Socorro João XXIII, ele não teve complicações e se recupera bem.
Especialistas alertam para os riscos de envenenamento pela taturana, que pode levar à morte e hemorragias graves.
A mãe de Gabriel, Vanessa Greco, contou que estava em um evento ao ar livre, na Rua das Flores, no Bairro Vila da Serra, quando o menino chegou chorando com uma queimadura no dedo. "Parecia uma queimadura de panela quente. Fomos até o lugar em que ele estava brincando e vimos que a árvore que ele encostou estava com a base tomada por amontoados de lagartas", disse a mãe.
Bombeiros civis que estavam no local identificaram a lagarta e instruiram a mãe a procurar rapidamente atendimento médico. Eles também removeram os montes de lagartas da árvore e isolaram a área.
Atendimento
Ao dar entrada no pronto socorro, Vanessa contou que não demorou mais que um minuto para ser atendida pela equipe de toxicologistas do lugar, que imediatamente identificou a espécie da taturana. O médico que assistiu Gabriel contou à mãe dele que o veneno é equivalente ao de uma cobra jararaca. Os sintomas variam entre dor e queimação no local, desconforto e dor generalizada pelo corpo, dor de cabeça, náuseas, vômitos e sangramentos, que podem evoluir para uma hemorragia severa, podendo levar a morte, principalmente em idosos e crianças.
O soro antilonômico, usado exclusivamente para combater a intoxicação causada pela lonômia, é produzido a partir do sangue de cavalos, informa o Instituto Butantan, produtor nacional da solução. Por ser baseado em equinos, o soro pode ser rejeitado pelo paciente, provocando choque anafilático, parada respiratória e cardíaca. Contudo, índices do Butantan apontam que estas reações são incomuns. Após a aplicação da solução, deve-se permanecer em observação no hospital por no mínimo 24 horas.
No dia seguinte, domingo à noite, depois de uma bateria de exames repetida a cada seis horas e com resultados clínicos positivos, Gabriel teve alta e foi para casa.
O toxicologista que realizou o atendimento também comentou com a família do garoto que ele foi o primeiro caso de envenenamento por lonomia na cidade e que são registrados em média 60 casos por ano.
Habitat
Evanguedes Kalapotakis afirma que essa lagarta normalmente não é encontrada em cidades, mas como a taturana se transforma em uma mariposa, ela pode voar e colocar os ovos em qualquer lugar, possibilitando que apareçam em centros urbanos. "Muitas vezes acontece um desequilíbrio no meio ambiente e elas começam a aumentar demais.