Mariana – Perto de completar um ano e sete meses da maior tragédia socioambiental do país – o rompimento da Barragem do Fundão, no distrito de Bento Rodrigues –, a Prefeitura de Mariana, na Região Central do estado, tem sinal verde para recebimento da primeira parcela, no valor de R$ 18 milhões, do acordo firmado com o poder público e as empresas BHP Billiton e Vale, controladoras da mineradora Samarco, responsável pelo empreendimento que causou 19 mortes, devastação ambiental e destruição da Bacia do Rio Doce. O prefeito Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior, que recebeu a informação da Agência Nacional de Águas (ANA), disse que os recursos serão repassados em julho e usados integralmente em obras de saneamento básico, tratamento de resíduos sólidos e captação de água no Ribeirão do Carmo, curso d’água que corta o município de 70 mil habitantes.
A Fundação Renova – criada com a tarefa de lidar com os efeitos da tragédia da Samarco, a partir do mesmo acordo entre governos federal, estadual e municipais e as mineradoras – informou que recursos como o repassado a Mariana fazem parte de orçamento para coleta e tratamento de esgotos nos municípios atingidos pelo rompimento da barragem, em novembro de 2015. A distribuição da verba é definida na Câmara Técnica de Segurança Hídrica do Comitê Interfederativo, do qual a ANA faz parte.
O prefeito Duarte Júnior informou que o repasse total de R$ 72 milhões será destinado a uma série de intervenções ao longo do Ribeirão do Carmo, para o qual escoa todo esgoto da cidade, e também de Ouro Preto, além de muito lixo e outros resíduos. “Futuramente, poderemos fazer até captação nessas águas, o que hoje é impossível.” O chefe do Executivo participou ontem de ação ambiental no município – a primeira, depois da tragédia ocorrida em 5 de novembro de 2015 –, em uma parceria entre poder público municipal e comunidade. “No início, os recursos eram de R$ 250 mil e hoje chegaram a esse montante”, disse o prefeito, ressaltando que Mariana e Barra Longa, na Zona da Mata, ficaram com a maior parte da verba, que beneficiará outros municípios da Bacia do Rio Doce.
Também ontem o prefeito informou que enviará à Câmara Municipal, ainda nesta semana, projeto de lei que transforma em “área urbana e não mais rural” o terreno na localidade de Lavoura, escolhido no ano passado pelos antigos moradores de Bento Rodrigues para receber a comunidade atingida pelo rompimento da Barragem do Fundão. Duarte Júnior esclareceu que a medida vai permitir o desmatamento da área, a fim de receber novas moradias e demais serviços que existiam no subdistrito e foram arrasados pela lama de rejeitos de minério. De acordo com a Fundação Renova, a supressão vegetal será executada por uma empresa contratada, cujo nome deverá ser conhecido no mês que vem, A expectativa é de que o novo Bento Rodrigues fique pronto em março de 2019, informam os técnicos da Renova.
MOBILIZAÇÃO Parte do projeto municipal Mão Solidária, que contempla diversas ações para limpeza, reforma de quadras de esporte e outras na área de saúde, a ação ambiental de ontem em Mariana começou às 8h e reuniu cerca de 300 pessoas, entre funcionários da prefeitura, voluntários e estudantes. De início, houve panfletagem, com a entrega de folhetos sobre a importância do Ribeirão do Carmo, em cujas margens nasceu o primeiro povoamento, em 1696, com a chegada de bandeirantes paulistas a Mariana, que foi a primeira vila, cidade e diocese de Minas.
No Bairro Santo Antônio, conhecido como Prainha, professores e 120 estudantes da Escola Municipal Wilson Pimenta Ferreira foram de casa em casa, alertando a população sobre a importância de não jogar lixo no rio. Pelo que se vê nas margens, trata-se de um trabalho de longo prazo, pois o que se vê são muitas garrafas PET, restos de pneus, utensílios domésticos e muitos objetos descartáveis. “Jogam de tudo aqui. É uma vergonha. O asseio começa dentro da nossa casa, começa por nós todos”, disse Merandolina da Fonseca, conhecida como dona Nini e cheia de vida aos 80 anos. Ao lado da irmã Maria das Graças, de 68, ela conta que já viu de tudo nas águas, “de camas, caixotes e até fogão”. Na sua opinião, “a margem do ribeirão precisa de fiscalização, com urgência” e se torna fundamental, cada vez mais, a presença dos jovens em ações educativas e ambientais como as de ontem.
Vendo a situação, os estudantes, tendo à frente a diretora da escola, Adriana Rocha, recolheram material reciclável seco e colocaram em saco plástico. “Precisamos trabalhar juntos para deixar tudo limpo”, disse Stefane Lino da Silva Martins, de 18 anos, aluna do nono ano. Vitória Gabrielli Santos Morais, de 14, aluna do oitavo ano, também gostou da experiência e revelou que a colaboração é o primeiro passo para despoluir o Ribeirão do Carmo. A diretora contou que participaram estudantes do sexto ao nono ano. “Falta preservação e iniciativas envolvendo moradores são importantes”, disse.
Às margens do curso d’água, ela e a vice-diretora, Ângela Lopes, acompanhadas de um grupo formado pela pedagoga Viviane Fonseca Araújo e as professoras Maria Aparecida Rosa de Sá (português) e Jovita de Fátima (matemática), imaginavam o futuro da área. “Com a obra de saneamento, pode haver uma pista de caminhada, academias de ginástica ao ar livre e outros serviços para a população”, disse Adriana Rocha, em sintonia com as colegas de trabalho.
A Fundação Renova – criada com a tarefa de lidar com os efeitos da tragédia da Samarco, a partir do mesmo acordo entre governos federal, estadual e municipais e as mineradoras – informou que recursos como o repassado a Mariana fazem parte de orçamento para coleta e tratamento de esgotos nos municípios atingidos pelo rompimento da barragem, em novembro de 2015. A distribuição da verba é definida na Câmara Técnica de Segurança Hídrica do Comitê Interfederativo, do qual a ANA faz parte.
O prefeito Duarte Júnior informou que o repasse total de R$ 72 milhões será destinado a uma série de intervenções ao longo do Ribeirão do Carmo, para o qual escoa todo esgoto da cidade, e também de Ouro Preto, além de muito lixo e outros resíduos. “Futuramente, poderemos fazer até captação nessas águas, o que hoje é impossível.” O chefe do Executivo participou ontem de ação ambiental no município – a primeira, depois da tragédia ocorrida em 5 de novembro de 2015 –, em uma parceria entre poder público municipal e comunidade. “No início, os recursos eram de R$ 250 mil e hoje chegaram a esse montante”, disse o prefeito, ressaltando que Mariana e Barra Longa, na Zona da Mata, ficaram com a maior parte da verba, que beneficiará outros municípios da Bacia do Rio Doce.
Também ontem o prefeito informou que enviará à Câmara Municipal, ainda nesta semana, projeto de lei que transforma em “área urbana e não mais rural” o terreno na localidade de Lavoura, escolhido no ano passado pelos antigos moradores de Bento Rodrigues para receber a comunidade atingida pelo rompimento da Barragem do Fundão. Duarte Júnior esclareceu que a medida vai permitir o desmatamento da área, a fim de receber novas moradias e demais serviços que existiam no subdistrito e foram arrasados pela lama de rejeitos de minério. De acordo com a Fundação Renova, a supressão vegetal será executada por uma empresa contratada, cujo nome deverá ser conhecido no mês que vem, A expectativa é de que o novo Bento Rodrigues fique pronto em março de 2019, informam os técnicos da Renova.
MOBILIZAÇÃO Parte do projeto municipal Mão Solidária, que contempla diversas ações para limpeza, reforma de quadras de esporte e outras na área de saúde, a ação ambiental de ontem em Mariana começou às 8h e reuniu cerca de 300 pessoas, entre funcionários da prefeitura, voluntários e estudantes. De início, houve panfletagem, com a entrega de folhetos sobre a importância do Ribeirão do Carmo, em cujas margens nasceu o primeiro povoamento, em 1696, com a chegada de bandeirantes paulistas a Mariana, que foi a primeira vila, cidade e diocese de Minas.
No Bairro Santo Antônio, conhecido como Prainha, professores e 120 estudantes da Escola Municipal Wilson Pimenta Ferreira foram de casa em casa, alertando a população sobre a importância de não jogar lixo no rio. Pelo que se vê nas margens, trata-se de um trabalho de longo prazo, pois o que se vê são muitas garrafas PET, restos de pneus, utensílios domésticos e muitos objetos descartáveis. “Jogam de tudo aqui. É uma vergonha. O asseio começa dentro da nossa casa, começa por nós todos”, disse Merandolina da Fonseca, conhecida como dona Nini e cheia de vida aos 80 anos. Ao lado da irmã Maria das Graças, de 68, ela conta que já viu de tudo nas águas, “de camas, caixotes e até fogão”. Na sua opinião, “a margem do ribeirão precisa de fiscalização, com urgência” e se torna fundamental, cada vez mais, a presença dos jovens em ações educativas e ambientais como as de ontem.
Vendo a situação, os estudantes, tendo à frente a diretora da escola, Adriana Rocha, recolheram material reciclável seco e colocaram em saco plástico. “Precisamos trabalhar juntos para deixar tudo limpo”, disse Stefane Lino da Silva Martins, de 18 anos, aluna do nono ano. Vitória Gabrielli Santos Morais, de 14, aluna do oitavo ano, também gostou da experiência e revelou que a colaboração é o primeiro passo para despoluir o Ribeirão do Carmo. A diretora contou que participaram estudantes do sexto ao nono ano. “Falta preservação e iniciativas envolvendo moradores são importantes”, disse.
Às margens do curso d’água, ela e a vice-diretora, Ângela Lopes, acompanhadas de um grupo formado pela pedagoga Viviane Fonseca Araújo e as professoras Maria Aparecida Rosa de Sá (português) e Jovita de Fátima (matemática), imaginavam o futuro da área. “Com a obra de saneamento, pode haver uma pista de caminhada, academias de ginástica ao ar livre e outros serviços para a população”, disse Adriana Rocha, em sintonia com as colegas de trabalho.