Diante do plano de manejo anunciado pela Prefeitura de Belo Horizonte para controlar a população de gatos no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, na Região Central da cidade, sob justificativa de prevenir o risco de um surto de esporotricose (doença dermatológica que acomete gatos e humanos), grupos de defesa dos animais reagiram.
Eles classificam a iniciativa como “política de higienização”, e afirmam que a retirada dos felinos será inócua. Organizações não governamentais (ONGs) defendem que não há gatos com a doença no espaço, e que retirá-los, por si só, não trará resultado sem a efetiva aplicação de programas permanentes de educação (e não somente campanhas temporárias), fiscalização contra o abandono e aplicação da lei que pune quem abandona animais.
A PBH ainda trabalha para definir as diretrizes do manejo e garante que grupos defensores de animais e da sociedade civil estão participando do trabalho. Mas admite que não há confirmação de animais doentes no parque e que, até hoje, nenhuma multa foi aplicada por abandono de felinos no parque.
A preocupação relatada pela PBH é que a esporotricose, que causou epidemia na cidade do Rio de Janeiro e que também é registrada em BH, se alastre com o crescimento da população felina. Nos gatos, os sinais mais observados são feridas profundas na pele, geralmente purulentas. Em pessoas, a micose que pode provocar lesões graves. Para ambos há tratamento e a saída não é abandonar ou sacrificar o animal.
Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente destacou a probabilidade de risco à saúde pública e a ameaça de que a esporotricose, nas condições atuais do parque, se alastre sem controle. A Secretaria Municipal de Saúde informou que adota “medidas preventivas para que não haja uma explosão do número de casos” e que iniciou trabalhos nesse sentido, com monitoramento e esterilização dos animais. Reuniões semanais estão sendo organizadas pelas duas secretarias para discutir o tema.
Mas, para ativistas, o tratamento dado a gatos do Parque Municipal no passado mostra a ineficiência da plano da PBH. De acordo com a diretora da ONG Bichos Gerais, Helenice Machado Mendes, a entidade fez a retirada de 300 gatos do local por meio de uma parceria com a prefeitura, que se comprometeu à época a desenvolver um programa de conscientização e de vigilância, para coibir o abandono. “Levamos os gatos para um local onde eles vivem até hoje e são muito bem tratados. Mas a prefeitura não cumpriu a parte dela e tudo voltou à estaca zero, porque mais gatos foram abandonados no parque. Agora estão com o mesmo discurso, que não vai dar em nada se não houver suporte”, afirma. A ONG Bichos Gerais tem entrada franqueada no municipal para alimentação, tratamento e castração dos gatos. E, segundo a diretora, “nunca foi encontrado nenhum gato sequer com suspeita da doença”.
O plano de manejo apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente para os gatos do parque inclui captura para contagem, castração e microchipagem dos animais, que serão encaminhados a adoção. A secretaria informou ainda que vai promover eventos e palestras de conscientização para explicar que abandono é crime e que vai efetivar uma política de fiscalização e punição, com multa ou serviços obrigatórios, para quem deixar gatos no parque.
MAIS ABANDONOS A médica veterinária Flávia Quadros, também ativista em defesa dos animais, explica por que, tecnicamente, a retirada não faz sentido sem ações complementares. Segundo ela, quanto mais se retira os animais de um determinado local, mais se abre espaço para novos abandonos e para a multiplicação, pois quando há comida e disponibilidade de água e abrigo aumentam as chances de reprodução e consequentemente cresce a população. Por outro lado, as pessoas vão voltar a abandonar os animais, como já ocorreu no passado.
“A PBH há anos negligencia o problema de abandono de gatos não só no Parque Municipal como em outros, a exemplo do Parque Lagoa do Nado, que tem uma população felina enorme, e também em cemitérios”, afirma. Além disso, ela explica que a cidade não tem oferta suficiente de lares responsáveis para receber gatos abandonados, que se reproduzem aos milhares na cidade. Ela critica ainda a política de esterilização da PBH, que não consegue atender à demanda por castração.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Meio Ambiente informou que todas as demandas em relação à proteção e melhoria da qualidade de vida dos gatos no parque estão sendo discutidas, inclusive com entidades protetoras de animais, e que o formato do manejo ainda está sendo negociado. A secretaria anuncia que vai implementar ações de políticas de conscientização, além de fiscalização e punição para casos de descumprimento à lei que coíbe o abandono de animais no parque.
Já a Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que sua Gerência de Zoonoses trabalha com uma estratégia de prevenção de doenças nos animais em situação de rua e que forma mais eficaz de prevenção é a castração, vacinação, adoção, educação, mudança de comportamento das pessoas e estímulo à guarda responsável.
Eles classificam a iniciativa como “política de higienização”, e afirmam que a retirada dos felinos será inócua. Organizações não governamentais (ONGs) defendem que não há gatos com a doença no espaço, e que retirá-los, por si só, não trará resultado sem a efetiva aplicação de programas permanentes de educação (e não somente campanhas temporárias), fiscalização contra o abandono e aplicação da lei que pune quem abandona animais.
A PBH ainda trabalha para definir as diretrizes do manejo e garante que grupos defensores de animais e da sociedade civil estão participando do trabalho. Mas admite que não há confirmação de animais doentes no parque e que, até hoje, nenhuma multa foi aplicada por abandono de felinos no parque.
A preocupação relatada pela PBH é que a esporotricose, que causou epidemia na cidade do Rio de Janeiro e que também é registrada em BH, se alastre com o crescimento da população felina. Nos gatos, os sinais mais observados são feridas profundas na pele, geralmente purulentas. Em pessoas, a micose que pode provocar lesões graves. Para ambos há tratamento e a saída não é abandonar ou sacrificar o animal.
Em nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente destacou a probabilidade de risco à saúde pública e a ameaça de que a esporotricose, nas condições atuais do parque, se alastre sem controle. A Secretaria Municipal de Saúde informou que adota “medidas preventivas para que não haja uma explosão do número de casos” e que iniciou trabalhos nesse sentido, com monitoramento e esterilização dos animais. Reuniões semanais estão sendo organizadas pelas duas secretarias para discutir o tema.
Mas, para ativistas, o tratamento dado a gatos do Parque Municipal no passado mostra a ineficiência da plano da PBH. De acordo com a diretora da ONG Bichos Gerais, Helenice Machado Mendes, a entidade fez a retirada de 300 gatos do local por meio de uma parceria com a prefeitura, que se comprometeu à época a desenvolver um programa de conscientização e de vigilância, para coibir o abandono. “Levamos os gatos para um local onde eles vivem até hoje e são muito bem tratados. Mas a prefeitura não cumpriu a parte dela e tudo voltou à estaca zero, porque mais gatos foram abandonados no parque. Agora estão com o mesmo discurso, que não vai dar em nada se não houver suporte”, afirma. A ONG Bichos Gerais tem entrada franqueada no municipal para alimentação, tratamento e castração dos gatos. E, segundo a diretora, “nunca foi encontrado nenhum gato sequer com suspeita da doença”.
O plano de manejo apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente para os gatos do parque inclui captura para contagem, castração e microchipagem dos animais, que serão encaminhados a adoção. A secretaria informou ainda que vai promover eventos e palestras de conscientização para explicar que abandono é crime e que vai efetivar uma política de fiscalização e punição, com multa ou serviços obrigatórios, para quem deixar gatos no parque.
MAIS ABANDONOS A médica veterinária Flávia Quadros, também ativista em defesa dos animais, explica por que, tecnicamente, a retirada não faz sentido sem ações complementares. Segundo ela, quanto mais se retira os animais de um determinado local, mais se abre espaço para novos abandonos e para a multiplicação, pois quando há comida e disponibilidade de água e abrigo aumentam as chances de reprodução e consequentemente cresce a população. Por outro lado, as pessoas vão voltar a abandonar os animais, como já ocorreu no passado.
“A PBH há anos negligencia o problema de abandono de gatos não só no Parque Municipal como em outros, a exemplo do Parque Lagoa do Nado, que tem uma população felina enorme, e também em cemitérios”, afirma. Além disso, ela explica que a cidade não tem oferta suficiente de lares responsáveis para receber gatos abandonados, que se reproduzem aos milhares na cidade. Ela critica ainda a política de esterilização da PBH, que não consegue atender à demanda por castração.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Meio Ambiente informou que todas as demandas em relação à proteção e melhoria da qualidade de vida dos gatos no parque estão sendo discutidas, inclusive com entidades protetoras de animais, e que o formato do manejo ainda está sendo negociado. A secretaria anuncia que vai implementar ações de políticas de conscientização, além de fiscalização e punição para casos de descumprimento à lei que coíbe o abandono de animais no parque.
Já a Secretaria Municipal de Saúde informou, em nota, que sua Gerência de Zoonoses trabalha com uma estratégia de prevenção de doenças nos animais em situação de rua e que forma mais eficaz de prevenção é a castração, vacinação, adoção, educação, mudança de comportamento das pessoas e estímulo à guarda responsável.