Modelos como o Corolla e o Honda Civic estão entre os que vão circular pela cidade. Itens de conforto, como wi-fi gratuito e tomada para carregar celulares e tablets, viraram itens obrigatórios.
BALADA A regulamentação traz algumas adequações. Entre elas a autorização para veículos híbridos (movidos a eletricidade e a combustão) e o uso de engates, o que permite o transporte de bicicletas. Da mesma, a flexibilização do que está sendo chamado de ‘”táxi da balada”.
“Foi verificada a demanda de serviços de grupos. São jovens que vão para shows e festas, em número maior que quatro passageiros e, por isso, teriam que pedir dois veículos. Agora, estamos autorizando o uso de banco traseiro na terceira fila para os carros que o têm levarem mais gente”, esclareceu Drumond.
Outra demanda dos taxistas – mais antiga – foi atendida: autorização para uso do chamado insulfilm incolor, peça que protege os condutores e passageiros dos raios solares que causam problemas na pele. O gerente lembra que os carros pretos da categoria especial, que começaram a circular há alguns anos, foram extintos para a entrada da nova categoria.
Os veículos ainda têm de passar por vistorias e a maior parte das 40 empresas vencedoras da licitação estão na fase de regularização de documentação e aquisição de veículos.
QUALIDADE “A BHTrans entende que está oferecendo veículos de excelente qualidade e o usuário tem a garantia de que o motorista passou por curso e capacitação e os carros por uma inspeção da BHTrans. Será uma oferta alternativa a quem usa os aplicativos”, afirma Reinaldo Avelar Drumond.
A prefeitura se inspirou no Uber e, em breve, a nova categoria terá um aplicativo em que os usuários poderão pedir os veículos e avaliarem a qualidade do serviço. (Colaborou Paulo Henrique Lobato)
Disputa nas ruas e nos tribunais
A regulamentação publicada ontem é mais um capítulo da disputa entre taxistas e aplicativos. Desde a chegadado Uber na cidade, o que abriu a porta para outros aplicativos, como o Cabify, houve brigas entre condutores das categorias diferentes, protestos na porta da prefeitura e no entorno do aeroporto de Confins.
No segundo semestre de 2015, vereadores de BH discutiram um projeto de lei, com apoio da gestão municipal passada, para legalizar os aplicativos na cidade. Naquele ano, apenas o Uber operava na capital mineira. Ocorreram várias reuniões e debates, que resultaram num projeto de lei aprovado em dois turnos no Legislativo. Pela legislação aprovada pelos vereadores, os aplicativos só podem funcionar se intermediarem corridas realizadas or taxistas, mediante punição financeira.
Sancionada em janeiro de 2016 pelo então prefeito Marcio Lacerda, a Lei 10.900, na prática, ainda não saiu do papel. O texto que tentou coibir a ação de aplicativos que não seguem as determinações da BHTrans foi questionado na Justiça. Por causa de liminar, a prefeitura está impedida de aplicar multas – o valor pode chegar a R$ 30 mil – aos infratores. A Lei 10.900 foi o resultado de vários debates entre vereadores, taxistas e técnicos da BHTrans.
Documento de veículos passa a ser exigido hoje
A partir de hoje, mais de 237 mil veículos que ainda não foram licenciadas para o ano de 2017 em Belo Horizonte estarão irregulares e, portanto, os donos poderão ser multados caso sejam parados em alguma fiscalização da Polícia Militar. Em Minas Gerais, esse número chega perto de 1,6 milhão.
Os dados, fornecidos pelo Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG), foram atualizados em 30 de maio e se referem apenas às placas com finais de 1 a 5. O Certificado de Registro de Licenciamento do Veículo (CRLV) de 2017 das placas com finais de 6 a 0 só começa a ser cobrado a partir de 1º de julho.
Quem não quitar os impostos para liberação do documento, como IPVA, seguro DPVAT, taxa de licenciamento ou multas pendentes, não recebe o documento atualizado e, portanto, está sujeito a pagar uma multa de R$ 293,47 se for parado em uma blitz, além de perder sete pontos na CNH, referentes a uma infração considerada gravíssima. Outra punição prevista é a apreensão do veículo.
ESTATÍSTICAS Em Belo Horizonte, o número de 237.760 veículos não licenciados corresponde a 30,36% das 783.062 placas em condições de licenciamento na capital mineira. Outros 545.302 donos de carros, motos, ônibus e caminhões quitaram todos os impostos e estão em dia, o que corresponde a 69,64% da frota de BH em condições de ser licenciada.
Já em todo o estado de Minas Gerais, os donos de 1.587.801 veículos com placas de final de 1 a 5 podem ser multados a partir de amanhã, o que corresponde a 35,50% da frota estadual em condições de ser licenciada (4.500.259). Outras 2.902.458 placas (64,50%) estão em dia.