Um policial militar foi preso na manhã desta sexta-feira pelo envolvimento em um homicídio ocorrido na Avenida Tereza Cristina, no Bairro Calafate, Região Oeste de BH. A princípio, testemunhas apontam que a motivação do crime foi uma briga de trânsito. Já o policial, que se entregou, alegou ter atirado por suspeitar se tratar de um assalto. A vítima é Anderson Cardoso Inácio, de 48 anos, que seria um trabalhador da construção civil e não tinha passagem pela polícia.
“Segundo versão dele, e ele vinha com a esposa no seu veículo pela Avenida Tereza Cristina, momento em que ele é fechado por uma Ford Ranger. Nesse momento, acreditando se tratar de um assalto, ele desce do veículo. Percebendo que tinha mais um nessa Ranger que, em tese, segundo a versão dele, teria fechado, ele efetua um disparo em defesa de sua vida”, explica o major Santiago. “Acreditando numa possível retaliação, e também acreditando ter um outro veículo na cobertura, ele sai dali, deixa a esposa em casa, se apresenta no batalhão onde ele serve, e automaticamente em face de todo o levantamento de dados feito pela Polícia Militar, a Polícia Militar ratifica a prisão dele”, enfatiza o militar.
Anderson Cardoso Inácio foi atingido na região do tórax, perto do pescoço, conforme o major. "Segundo a testemunha da Ford Ranger, num primeiro momento ele ouviu só um disparo, ele não conseguiu enxergar o ocorrido em si. A Polícia Militar levanta outras informações, há testemunhos de que poderia estar ocorrendo também uma discussão momentos antes. Só agora a polícia investigatória é que vai poder trabalhar essa cronologia e levantamento de maiores informações". Conforme o chefe da sala de imprensa da PM, a esposa do sargento Ronildo também foi ouvida e confirmou a versão dele. O casal diz que não houve discussão.
O policial militar estava de folga e usou uma pistoa calibre 765, particular, para fazer o disparo. A arma é devidamente legalizada, segundo a corporação. “Não foi localizada outra arma, a não ser a que o militar possui, que foi apreendida pela Polícia Militar”, diz o major Santiago.
A ocorrência estava em andamento no batalhão do militar, com o apoio da Corregedoria da corporação. A Delegacia de Homicídios também foi acionada. "Ele foi preso em flagrante. Está à disposição da Justiça. Quem vai determinar se ele vai ficar livre ou preso é a Justiça”, destacou o major Santiago.
OUTRO HOMICÍDIO Ainda de acordo com o major Santiago, o sargento preso hoje já tinha passagem por outro homicídio, ocorrido na década de 1990 no Sul de Minas Gerais. "Ele cumpriu pena e ficou dois anos em regime de reclusão. Então, atualmente ele estava na sala de operações da unidade. Quando ele cometeu o crime tratava-se também de um crime comum, arma particular, na cidade de Cruzília”. O militar ficou preso em regime fechado entre os anos 1998 e 2000. "Ele cumpriu pena, e aí é uma questão judicial a manutenção dele nas fileiras da corporação", afirmou o major Santiago, questionado sobre o fato de um militar ter permanecido na PM após o crime.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen