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Estado de Minas

Casa JK se transforma em sala para aulas com crianças sobre a Pampulha

Projeto da Secretaria Municipal de Educação conta a história da região para estudantes e estimula a consciência sobre cultura, meio ambiente e preservação


postado em 03/06/2017 06:00 / atualizado em 03/06/2017 09:02

Durante o passeio, as crianças aprendem sobre cultura e meio ambiente(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Durante o passeio, as crianças aprendem sobre cultura e meio ambiente (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Foi com um sorriso contagiante que Gabriela do Carmos, de 5 anos, deixou ontem a Casa JK, imóvel de campo do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) quando era prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), na companhia dos amiguinhos da Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Meimei.

“Aprendi muitas coisas nos jardins. Sabia que tem uma plantinha que só abre a folha meio-dia?”, questionou a garota, uma das participantes do projeto da Casa JK, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que estimula a consciência patrimonial, cultural e ambiental nos pequenos moradores da capital.

“É uma forma curiosa de ensinar a garotada. Dizemos, por exemplo, que uma das portas do quarto de casal é uma passagem secreta para o jardim. Daí ensinamos sobre a Pampulha antiga, que já foi chamado de Santo Antônio da Pampulha Velha. Quando JK era prefeito, esta região era de sítios e fazendas”, contou Rita Carvalho, estagiária de museologia que recebe os estudantes.

A Casa JK, na orla da lagoa e com um característico telhado borboleta, foi projetada em 1943 pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e tem jardins assinados pelo paisagista Burle Marx (1909-1994). Em 1956, quando tomou posse como presidente da República, a família do político vendeu o imóvel a um casal de amigos. Há 12 anos, devido ao valor histórico, a moradia foi desapropriada pelo município. Restaurada, foi aberta ao público em 2013.

Alunos de Umei visitam a Casa JK
Alunos de Umei visitam a Casa JK
O projeto que desperta a consciência cultural, ambiental e patrimonial nas crianças tem entrada gratuita, mas precisa ser agendada. A meninada conhece o interior, com móveis antigos e documentos, e a área externa, onde há um pequeno lago artificial. É nele que fica a plantinha que interessou a Gabriela, a aluna do sorriso contagiante.

“O nome da folha é ninfeia. Ela só abre ao meio-dia e dá uma flor muito bonita”, explicou o estudante de biologia João Paulo Ferreira, também estagiário na Casa JK. Ele explica aos convidados a importância da preservação do meio ambiente e tira dúvidas curiosas das crianças. “Onde está o sapo da lagoa?”, perguntou Samuel, também de 5.

Festa
A criançada faz a festa durante a visita. No jardim dos fundos, onde há jabuticabeiras e outras árvores, a meninada corre de um lado para o outro. E muitos fazem questão de apertar as mãos do guarda municipal, exímio contador de causos infantis. Atentos, os alunos ouvem que devem ter cuidado com a antiga piscina, hoje um lago com plantas e piabas.

“Temos um projeto, que se chama Brincadeira de quintal, no qual convidados crianças e adultos para ocupar o jardim. A proposta é manter este espaço vivo”, explicou Poliana, funcionária da Casa JK. Ela convida moradores e turistas a conhecerem uma exposição fotográfica sobre a história da Pampulha.

Primeira fazenda

Os primeiros registros da Região da Pampulha datam de 1848, quase 50 anos antes da fundação de Belo Horizonte (1897). Em 1904, o casal de portugueses Manoel dos Reis e Ana Moraes compra as terras e monta a fazenda Pampulha. No fim da década de 1930, na administração do prefeito Otacílio Negrão de Lima (1897-1960), começam obras para desenvolvimento da região, como o levantamento da barragem da lagoa. A proposta era que o reservatório abastecesse a cidade.


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