O policial militar Ronildo da Silva, que matou o empreiteiro Anderson Cardoso Ignácio, de 48 anos, na última sexta-feira, na Avenida Tereza Cristina, no Bairro Calafate, Região Oeste de BH, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Testemunhas apontaram que o primeiro-sargento atirou contra a vítima durante uma briga de trânsito. Porém, o policial alegou ter atirado por suspeitar se tratar de um assalto.
De acordo com o processo, os dois veículos pararam no semáforo. O policial desceu do carro, foi até o outro automóvel e atirou no homem. O militar estava de folga no dia e usou uma pistola calibre 765, particular. Em seguida, ele deixou o local do crime e se apresentou em um batalhão da PM. Anderson Cardoso Ignácio foi atingido na região do tórax, perto do pescoço.
Ao analisar o caso, o juiz Pedro Camara Raposo Lopes decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva. “Cuida-se aparentemente de uma reação desproporcional a uma infração de trânsito por parte de agente da lei, fora de suas atribuições e portando arma da corporação. A vítima aparentemente não teve condições de reação, o que demonstra destemor e desrespeito às leis que jurou cumprir”, afirmou o magistrado.
“Incidentes como este vêm ocorrendo diuturnamente e cumpre aos agentes públicos comportamento exemplar a fim de contribuir para o término dessa barbárie que virou a circulação viária. Ao autor dos fatos, policial militar experiente e já nos estertores de sua vida funcional, acompanhado de sua esposa, cumpriria redobrada cautela. A periculosidade concreta não me leva a outra decisão que não seja a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva”, completou o juiz.
Outro homicídio
O policial militar já teve uma condenação por homicídio. Segundo a PM, o crime aconteceu na década de 90, no Sul de Minas Gerais. Ele cumpriu pena e ficou dois anos em regime de reclusão. O militar ficou preso em regime fechado entre os anos 1998 e 2000.
(RG)