Um esquema de roubo de combustível foi descoberto pela Polícia Civl. Duas quadrilhas distintas responsáveis pelo crime foram presas durante operação na madrugada desta sexta-feira. Os criminosos foram descobertos depois que postos de gasolina da Região Metropolitana de Belo Horizonte começaram a receber menos combustíveis do que acordado com as transportadoras. A estimativa é que as organizações criminosas tenham lucrado de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
Depois de receber a denúncia dos empresários donos dos estabelecimentos, a polícia começou a investigar o esquema. Os policiais descobriram que as organizações criminosas utilizavam caminhões autorizados por transportadores para abastecer gasolina e diesel na refinaria de Betim. De lá, levavam os veículos para galpões localizados no Bairro Teresópolis, na mesma cidade e faziam o desvio. Não há indício da participação das transportadoras nas atividades criminosas, somente dos caminhoneiros.
“Depois que parte da carga de combustível era desviada e transportada até os galpões, onde a polícia encontrou reservatórios próprios para a atividade, eles possivelmente adulteravam os combustíveis, dependendo da quantidade furtada, e revendiam a postos de combustíveis que não tinham ciência do esquema criminoso ou até mesmo no varejo, para condutores que tinham informação das atividades ilícitas”, afirmou o delegado Gustavo Barletta.
Para enganar as vítimas, a quadrilha desviava uma pequena quantidade para o atacado, aproximadamente 50 litros. Segundo a polícia, o furto passava despercebido, pois os clientes têm ciência que há uma perda do líquido durante o transbordo por causa da alta volatilidade do material. Devido a isso, não desconfiavam. “A variação climática, umidade, potencial de dilatação, tudo influencia na preservação do conteúdo nos caminhões próprios para a atividade”, comentou o delegado.
Levantamentos da Polícia Civil constataram que os caminhoneiros vendiam por R$ 2,30 o litro para os galpões. O mesmo produto era revendido entre R$ 3 a R$ 3,20 pelos receptadores. Ainda será investigado se algum funcionário da refinaria está envolvido nos crimes. “O que facilitava toda a operação criminosa, e isso vamos apurar daqui pra frente, é que os próprios caminhoneiros, ao chegarem na refinaria, já deixavam frouxo o lacre de abastecimento do combustível no tanque do caminhão, permitindo agilidade no desvio para os galpões”, informou o delegado. De acordo com ele, o correto seria os próprios abastecedores da refinaria realizarem todo o procedimento, lacrando definitivamente o tanque.
Foram presos durante a operação sete pessoas. São elas: Rubens Augusto de Moura, 66, Bruno Cesar de Abreu, 30, Nelinho José dos Santos, 41, Pedro Henrique Oliveira Santos, 21, Marcos Alberto Lomba Santos, 39, Diego Henrique Ribeiro dos Santos, 21, Rayane Ketllen Lacerda Oliveira, 19, e Jadeon Fernandes Pereira Portes, 25. Eles vão responder por furto qualificado e associação criminosa. Ainda será apurado se houve adulteração de combustível. A polícia faz um laudo para detectar se o crime também foi cometido.
Os motoristas que fazem a compra destes combustíveis também podem responder criminalmente. “Essas pessoas que procuram tais galpões para abastecer respondem por receptação, podendo pagar o risco de uma falsa economia perante a Justiça”, alertou o delegado.