A estátua, de autoria de Léo Santana, pesa 200 quilos e foi instalada próximo a outro trabalho do artista, a obra Encontro Marcado, que reúne as esculturas de Fernando Sabino (1923-2004), Hélio Pellegrino (1924-1988), Otto Lara Resende (1922-1988) e Paulo Mendes Campos (1922-1991), inaugurada em 2005 na entrada da biblioteca. Nessa nova obra, numa referência simbólica à convivência de Murilo com os chamados “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, Rubião “caminha” indo ao encontro dos outros escritores. Nas mãos, ele carrega um exemplar do Suplemento Literário de Minas Gerais – publicação criada por ele há mais de 50 anos. “Originalmente, ele ia ficar em outro lugar, sempre com a ideia de caminhar até os outros.
EXPOSIÇÃO Com curadoria de Fabíola Moulin e Marconi Drummond, fotos, ilustrações, contos publicados em livros, cartas, documentos, vídeos, animações e objetos que pertenceram ao escritor integram a exposição Absurdus: Murilo Rubião 100 anos, aberta até 31 de julho. A sobrinha do escritor, Sílvia Rubião, lembra que o tio sempre esteve presente em BH. “Ao contrário de amigos e contemporâneos que foram embora da capital, ele escolheu ficar aqui”, diz. Ela destaca ainda que o escritor trabalhou o absurdo de maneira singular, fazendo as pessoas encararem as obras naturalmente, sem sustos.
O secretário de Estado de Cultura, Angelo Osvaldo, lembrou que, por meio do Suplemento, ele revelava não apenas novos escritores, mas também artistas plásticos. “Murilo foi amigo de todos eles (os quatro cavaleiros), especialmente de Otto Lara Resende. As suas importantes realizações deixaram uma obra que é um marco em Minas Gerais, no Brasil e na América Latina de seu realismo fantástico”, ressaltou..