Quem avisa é o secretário municipal de Segurança Pública, o ex-delegado regional da Polícia Civil Élvio Bertoni: “Estamos com um projeto para adquirir mais 22 aparelhos”. A instalação dos novos equipamentos leva em conta opiniões do Conselho Comunitário de Segurança Pública e instituições parceiras, como a PM. O chefe da corporação na cidade, o tenente-coronel Fernando Reis, explica como Araxá conseguiu ter a taxa mais branda de homicídios em Minas: “Tolerância zero com o tráfico”.
O mercado ilegal de entorpecentes, destaca o oficial, é o principal problema na cidade. “Fazemos um enfrentamento intenso contra o tráfico. No primeiro quadrimestre deste ano, por exemplo, mais que dobramos o número de prisões de envolvidos com esse crime.” Mas não basta retirar de cena os traficantes.
O programa distribui cartilhas que mostram o quanto o consumo de entorpecentes pode levar a pessoa para o mau caminho. A cereja do projeto é uma peça teatral, encenada pelos próprios militares, alertando alunos para o quanto as drogas podem destruir famílias. “A história é impactante. O personagem principal morre no fim”, adianta o tenente-coronel.
SEGURANÇA EFETIVA O resultado do estudo do Ipea levou os governantes de Araxá, conhecida nacionalmente por ter sido a região em que dona Beja viveu a maior parte do tempo (ela nasceu em Formiga, no Centro-Oeste de Minas), a planejarem manter o título de cidade com a menor taxa de homicídios no estado nos próximos anos. Uma das apostas da prefeitura pretende é a implantação da Guarda Municipal.
“Cidade que não tem segurança afugenta o investidor e atrai bandido”, justifica o prefeito, Aracely de Paula. Enquanto a corporação não sai do papel, a vigilância é reforçada com equipes de servidores municipais que rondam prédios públicos. Quando os funcionários avistam pessoas suspeitas, entram em contato com a PM. “São agentes fardados, que trabalham em conjunto com os militares em eventos, por exemplo, de perturbação do sossego.”
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp), ocorreram dois homicídios em Araxá no primeiro quadrimestre de 2017. No mesmo período do ano anterior foram três mortes. Em todo ano passado, nove registros.