Segundo o delegado Maurício Carrapatoso, responsável pelo inquérito, tudo começou quando um homem procurou a polícia em fevereiro para dizer que o médico tinha cobrado de uma tia dele o valor de R$ 2,5 mil para uma cirurgia de gastrostomia, que é a colocação de uma sonda para alimentação. Desconfiado, o sobrinho resolveu ir até a delegacia.
“Instauramos o inquérito e identificamos, no curso das investigações, sete casos em que o médico cobrou de pacientes para fazer atendimentos ou cirurgias. Em um dos casos, um homem muito simples chegou a ficar sem almoçar para completar o pagamento de uma consulta para a mãe, no valor de R$ 200”, afirma o delegado.
Todos os procedimentos comandados pelo médico eram realizados no Hospital e Maternidade São José, de Lafaiete, mas a unidade não era conivente com a fraude promovida pelo profissional, conforme o delegado. A instituição, inclusive, teria adotado procedimentos em sua portaria para evitar que pacientes fossem ludibriados, mas como as pessoas procuravam diretamente o médico, não foi possível evitar as cobranças.
O delegado explicou que a unidade de saúde não conseguiu juntar provas da conduta criminosa do médico e, portanto, não tinha condições demití-lo, já que sua função se equipara a um servidor público pelo fato do hospital ter convênio com o SUS.
Outras duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil.
Já o vereador Juvenal Gabriel de Viveiros, de Capela Nova (Região Central), vai responder por corrupção ativa, pois ofereceu dinheiro a Alex Ruas para que ele atendesse um paciente pelo SUS, segundo a Polícia Civil. A reportagem conversou com o vereador e ele disse que só vai se manifestar após tomar conhecimento do caso. O Estado de Minas também procurou os dois hospitais mencionados, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto. Nenhum representante do médico Alex Ruas foi localizado. .