De janeiro a abril, foram registrados 800 casos de socorro a gestantes prestes a dar à luz em diferentes cidades de Minas, a maior parte deles resultando em partos. Os atendimentos, na média de 6,7 casos por mês, chegam sempre em boa hora, quando os pais estão em apuros diante da iminência do nascimento do bebê. No caso da pequena Ludmila, registrada em cartório ontem, a mãe começou a sentir as contrações na manhã de domingo, mas como havia uma grande escadaria a ser vencida para sair de casa, o marido dela preferiu pedir apoio dos bombeiros, por temer não conseguir carregar a mulher em uma situação de emergência. Sem dúvida, a melhor opção. Faltando ainda muitos degraus, Ariane não mais conseguia andar, de dor, e precisou ser levada no colo pelo marido e pelo sargento Glayson Matias Barbosa, do 3º Pelotão do Corpo de Bombeiros, em Sabará.
TREINAMENTO Neste caso, um salvamento de vida diferente da grande maioria. Apesar de fazer parte da rotina das operações de resgate dos militares, a maior parte dos atendimentos é por acidentes, com vítimas de ferimentos e mortes. De acordo com o sargento Glayson Matias, militares recebem treinamento especializado para esse tipo de ocorrência e as unidades de resgate contam com kits para procedimentos de parto. “Esse não foi o primeiro parto que fiz. Constantemente atendemos a esse tipo de ocorrência. Como nossa função principal é salvar vidas e bens, somos treinados também para partos. Mas, sem dúvida, essa é uma ocorrência especial, porque difere da maioria dos socorros prestados diariamente, muitos até que resultam em morte”, afirmou. Mas, mesmo acostumado, o sargento conta que a emoção é sempre diferente. “É uma vida que está vindo ao mundo. E é sempre diferente, fico muito emocionado. Como nosso pelotão é em Sabará, grande parte dos atendimentos é de acidentes na BR-381, que envolvem mortes. E é sempre muito triste. Uma ocorrência de apoio a gestante é sempre muito gratificante”, afirmou.
ADMIRAÇÃO Esta não foi a primeira vez que Luciano se viu em meio a uma situação de susto com a gravidez da mulher.
Ludmila é a terceira filha da dona de casa Ariane Sousa Oliveira, de 21, que teve todos os partos normais, apenas o primeiro na maternidade. “Achei que a Ludmila também nasceria em casa, porque é tudo muito rápido.