O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu alvará de soltura para o médico Allex Ruas Fernandes, de 51 anos, preso pela Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, na Região Central do estado, por cobrar de pacientes para realizar procedimentos via Sistema Único de Saúde (SUS).
As investigações começaram em fevereiro deste ano quando um homem procurou a polícia e informou que o médico tinha cobrado de uma tia dele o valor de R$ 2,5 mil para uma cirurgia de gastrostomia, que é a colocação de uma sonda para alimentação. Um inquérito foi instaurado e foram descobertos outros seis casos em que pacientes foram cobrados para atendimento ou cirugias. Em um dos casos, um homem muito simples chegou a ficar sem almoçar para completar o pagamento de uma consulta para a mãe, no valor de R$ 200.
Todos os procedimentos comandados pelo médico eram realizados no Hospital e Maternidade São José, de Lafaiete, mas a unidade não era conivente com a fraude promovida pelo profissional, conforme o delegado. A instituição, inclusive, teria adotado procedimentos em sua portaria para evitar que pacientes fossem ludibriados, mas como as pessoas procuravam diretamente o médico, não foi possível evitar as cobranças.
De acordo com o delegado Maurício Carrapatoso, responsável pelo inquérito, a unidade de saúde não conseguiu juntar provas da conduta criminosa do médico e, portanto, não tinha condições demití-lo, já que sua função se equipara a um servidor público pelo fato do hospital ter convênio com o SUS.
Outras duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil.
Já o vereador Juvenal Gabriel de Viveiros, de Capela Nova (Região Central), vai responder por corrupção ativa, pois ofereceu dinheiro a Alex Ruas para que ele atendesse um paciente pelo SUS, segundo a Polícia Civil. (Com informações de Guilherme Paranaíba)
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