O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu alvará de soltura para o médico Allex Ruas Fernandes, de 51 anos, preso pela Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, na Região Central do estado, por cobrar de pacientes para realizar procedimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Ele estava detido em um presídio da cidade desde o último sábado.
Todos os procedimentos comandados pelo médico eram realizados no Hospital e Maternidade São José, de Lafaiete, mas a unidade não era conivente com a fraude promovida pelo profissional, conforme o delegado. A instituição, inclusive, teria adotado procedimentos em sua portaria para evitar que pacientes fossem ludibriados, mas como as pessoas procuravam diretamente o médico, não foi possível evitar as cobranças.
De acordo com o delegado Maurício Carrapatoso, responsável pelo inquérito, a unidade de saúde não conseguiu juntar provas da conduta criminosa do médico e, portanto, não tinha condições demití-lo, já que sua função se equipara a um servidor público pelo fato do hospital ter convênio com o SUS.
Outras duas pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil. Um segundo médico, que atua no Hospital Cassiano Campolina, em Entre Rios de Minas, também na Região Central, vai responder pelos mesmos crimes do colega de Lafaiete: corrupção passiva e concussão, que é o oferecimento de vantagem indevida pelo funcionário público em função do cargo que exerce. Segundo as investigações, o segundo médico apenas encaminhava pacientes para o colega de profissão.
Já o vereador Juvenal Gabriel de Viveiros, de Capela Nova (Região Central), vai responder por corrupção ativa, pois ofereceu dinheiro a Alex Ruas para que ele atendesse um paciente pelo SUS, segundo a Polícia Civil. (Com informações de Guilherme Paranaíba)