Número de mortes suspeitas de febre chikungunya aumenta 75%

Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que 21 pessoas perderam a vida com sintomas da doença. Casos são investigados

João Henrique do Vale

A febre chikungunya ainda é uma preocupação das autoridades de saúde.

Mesmo apresentando queda nos últimos meses no número de casos, as mortes por suspeita da doença sobem rapidamente. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que 21 pessoas perderam a vida com sintomas que podem ter sido causados pela enfermidade. Em relação ao último boletim, divulgado em 12 de junho, o número de óbitos aumentou 75%. Vale ressaltar que isso não quer dizer que os óbitos aconteceram nesse intervalo de tempo, pois os municípios têm um prazo para notificar o estado. Os casos prováveis da doença já chegam a 16.489.

A SES afirmou que as mortes suspeitas da doença estão sendo investigadas. Minas Gerais nunca teve óbitos por febre chikungunya, segundo a pasta.
Os primeiros casos neste ano começaram a surgir em fevereiro deste ano. Boletins divulgados pela pasta mostram que o mês terminou com uma morte suspeita. Em março, o total subiu para dois óbitos investigados. Em abril, deu um salto e passou para 11. Número que se manteve em maio. Já em junho, voltou a ter uma alta significativa, chegando a 21.

Em relação ao número de casos prováveis da doença, os dados da SES mostram uma queda comparando com os últimos meses, mesmo assim, o total ainda é grande. Em janeiro foram 741 notificações. Em fevereiro, 3.413. A situação pior ocorreu em março, quando os registros saltaram para 7.690. Em abril, voltaram a cair e chegaram a 3.545. A queda continuou no mês seguinte, que terminou com 981 notificações. Em junho, houve 119.

Do total de casos prováveis registrados em Minas Gerais, 95 são de gestantes, sendo que em 31 já foi confirmada a doença por exames laboratoriais.
O maior número de notificações está concentrado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. A alta já era prevista, devido a uma conjunção de fatores: as condições ambientais favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti; o grande número de pessoas que ainda não teve contato com o agente causador; a circulação do vírus na Região Nordeste do estado; e a inexistência de uma vacina ou medicamento específico para conter a virose.

Dengue e zika

Em 2017 foram registrados 26.107 casos prováveis de dengue, bem menos do que as 524,6 mil notificações registradas em 2016, quando o estado passou pela pior epidemia. A SES já confirmou cinco mortes pela doença e outras 25 são investigadas. Já em relação ao zika vírus, foram registrados neste ano 846 casos prováveis no estado e 44 gestantes foram confirmadas com a doença. Nos 12 meses do ano passado, foram 14.086 notificações da virose.

 

(RG) 

 

 

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