Minas Gerais vai criar uma barreira eletrônica de segurança em 88 das 108 divisas com os estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Para isso, pretende instalar câmeras e scanners para monitorar a movimentação de veículos e pessoas envolvidos em crimes nessas estradas. O uso dos equipamentos tecnológicos vai permitir, segundo a Polícia Militar (PM), identificar e coibir práticas como tráfico de drogas, roubo de cargas, veículos roubados e furtados, transporte de mercadorias ilegais, entre outros delitos. Outra estratégia com uso de recursos tecnológicos está prevista ainda para este ano: viaturas terão tabletes e motos serão equipadas com aparelhos celulares com internet. O objetivo da medida é permitir que policiais nas ruas façam a checagem de documentação de veículos e suspeitos para imediata abordagem, em casos que envolvam a prática de crimes.
De acordo com o comandante-geral da PM, Coronel Helbert Figueiró, o governo do estado lançou um procedimento de manifestação de interesse (PMI) e já recebeu propostas de mais de 20 empresas que apresentaram os mais diversos tipos de tecnologia. “A intenção é tornar o estado totalmente vigiado eletronicamente, em todas as suas divisas. E são muitas as opções para isso. Há câmeras, por exemplo, que identificam números de telefones de celulares que passam dentro de determinado veículo filmado naquele local de instalação do equipamento”, afirma o coronel.
Sem bater o martelo sobre a data prevista para início da nova estratégia, ele explicou que o projeto está sendo desenvolvido pela diretoria de tecnologia da PM com o governo do estado.
OUTRAS AÇÕES A criação do bloqueio eletrônico nas divisas é, segundo a PM, a quinta de um conjunto de cinco estratégias da corporação, dentro do programa batizado de Mais Segurança, para frear o avanço da criminalidade registrado nos últimos oito anos no território mineiro. A lista de ações inclui o aumento do efetivo, com 1,8 mil soldados formados, o que elevou a tropa para 41 mil agentes ativos e cerca de 2 mil policiais da reserva reconvocados ao trabalho. Paralelo a isso, segundo o comandante, houve ainda renovação da frota, com novas 1.425 viaturas entregues em todo o estado. “Foram ações implantadas entre janeiro e abril e que já começam a surtir efeito, com a redução do número de crimes violentos, em 6,1%, nos cinco primeiros meses deste ano”, afirma Figueiró.
O conjunto de medidas inclui ainda outra iniciativa. Listada como terceira aposta, está a instalação de 86 bases móveis de policiamento em BH, marcada para agosto. Na prática, 11 das 24 companhias da PM na capital serão fechadas ou realocadas para dentro de batalhões, e as bases móveis instaladas para reforço policial. “Essas viaturas estarão em pontos estratégicos na comunidade, que já foram definidos de acordo com os índices de criminalidade, fluxo de pessoas e as necessidades de cada região”, afirma Helbert. Cada ponto terá dois militares, que vão fazer registro de ocorrências, monitorar câmeras do Olho Vivo e acionar outros policiais para atuação em casos suspeitos identificados nas imagens. Cada unidade terá uma linha telefônica, para contato direto da comunidade.
“As companhias serão retiradas ou recolhidas aos batalhões porque foram identificadas como mal localizadas ou por estarem muito próximas dos batalhões aos quais estão ligadas”, explicou Figueiró.
EXPECTATIVA As companhias que serão desativadas já foram definidas, mas ainda não divulgadas, porque a PM está discutindo a medida com conselhos comunitários. Mas um dos exemplos é a 9ª Cia, no Bairro Coração Eucarístico, na Região Noroeste. Com o fechamento dessa unidade, o entorno terá três bases móveis: uma nesse bairro, na Praça da Federação, próximo à PUC Minas; uma próxima à Paróquia dos Sagrados Corações, no Padre Eustáquio (conhecida como igreja do Padre Eustáquio); e a terceira no Carlos Prates. Outro exemplo é a 20ª Cia, que já é anexa ao 16º Batalhão da PM, no Santa Tereza. O projeto das bases móveis será estendido ainda este ano para outras cidades, a exemplo de Uberlândia, no Triângulo, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Com o conjunto de cinco medidas, que se fecha com a barreira eletrônica nas divisas e a “tecnologia embarcada” de tablets e celulares em viaturas, o coronel estima que a redução de crimes violentos seja progressiva. “Nossa expectativa é atingir duas casas decimais”, afirma, referindo-se a um salto dos atuais 6,1% de redução alcançados até maio para uma taxa acima de 10%. Os novos equipamentos para as viaturas já estão sendo licitados e o processo deve durar até 40 dias.
Mais segurança
Apostas da PM para reduzir a criminalidade em Minas
- Inclusão de 1.800 soldados ao efetivo, que passou a ter 41 mil policiais ativos e 2 mil reconvocados da reserva
- Entrega de 1.425 viaturas para renovação da frota
- Implantação de 86 bases móveis em pontos estratégicos, com consequente fechamento ou 11 companhias
- Colocação de tablets em viaturas e celulares em motos da PM para checagem de dados de veículos e pessoas suspeitas
- Implantação de barreira eletrônica nas 88 divisas de Minas com outros estados, com uso de câmeras e scanners
Fonte: PMMG