Homem que atropelou e matou mulher na Pampulha é condenado a 12 anos de prisão

Allan Ribeiro Vieira confessou que bebeu antes de dirigir e que dormia ao volante no momento em que atingiu a vítima na calçada. Crime ocorreu em 2013

Karen Santos*
- Foto: Paulo Filgueiras: EM/DA Press
O julgamento de Allan Ribeiro Vieira, de 39 anos, que atropelou e matou uma pedreste e deixou outro ferido, terminou com a condenação do motorista a 12 anos de prisão, em regime fechado. De acordo com as provas do processo, o motorista estava alcoolizado. Ele foi condenado por homicídio com dolo eventual qualificado, porque empregou meio que poderia resultar em perigo comum. O crime ocorreu em 2 de maio de 2013, na Avenida Antônio Carlos, Região da Pampulha.

De acordo com o Ministério Público (MP), o motorista dirigia alcoolizado quando perdeu o controle do carro, subiu na calçada e atropelou Fernanda Francisca Alves Pereira dos Santos, que estava com seu companheiro. Os pedestres estavam em um ponto de ônibus em frente à Regional Pampulha, no Bairro São Luiz. Ainda de acordo com o MP, o estado de embriaguez era tal que o condutor mal conseguia ficar de pé quando saiu do carro.

O caso começou a ser julgado em 11 de abril deste ano, mas, na ocasião, um dos jurados sentiu-se mal e precisou de atendimento médico. O juiz, então, determinou a imediata dissolução do Conselho de Sentença. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no julgamento de hoje o réu confirmou o depoimento dado anteriormente.
Ele assumiu que bebeu pequena quantidade de álcool até a meia-noite e dormiu ao volante. 

Allan contou ainda que ficou atordoado com a batida e apanhou de pessoas que estavam no local do acidente quando saiu do carro. Ao TJMG, afimou que a garrafa de uísque encontrada no veículo era de uma prima.

Durante os debates, o promotor Daniel Fantini e o advogado Ércio Quaresma apresentaram aos jurados trechos de depoimentos de policiais que atenderam a ocorrência no local do acidente e de médicos que assistiram o réu no Hospital Risoleta Neves. Segundo os relatos, era nítido o alto grau de embriaguez do condutor, que estava com olhos vermelhos, dificuldade para falar e andar, além de exalar um forte cheiro de álcool.

Os mesmos relatos dão conta de que o motorista saiu do carro cambaleando, chegando a cair, e vomitou durante o atendimento médico.

Falando pela defesa, os advogados Thiago Tibúrcio e Daniel Frederighi reconheceram que o cliente fez uso de bebidas alcoólicas, mas pediram ao Conselho de Sentença que desclassificassem o homicídio de doloso para culposo e que não reconhecessem a qualificadora de perigo comum. Para eles, o réu estava apto a dirigir.

Os advogados de defesa vão recorrer. O réu, que aguardava o julgamento em liberdade, continuará solto até o julgamento dos recursos.
 
* A estagiária está sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
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