Na contramão da queda de 6,1% em média no índice de crimes violentos anunciada pelo governo de Minas para o período de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016, os indicadores de violência se mantêm alta em seis das 19 regiões integradas de Segurança Pública (Risps) do estado. De olho no mapa, chama a atenção o quadro da Risp de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que detém a maior alta no conjunto dos crimes de homicídio e tentativa, estupro e tentativa, roubo, extorsão mediante sequestro e sequestro e cárcere privado. O conjunto desses delitos nos municípios da área saltou de 2.189 de janeiro a maio de 2016 para 3.221 neste ano, aumento de 47,1%, com destaque para o roubo, que representa 92,3% do total de ocorrências no ano (2.973 dos 3.221 casos). O mapeamento da criminalidade violenta é analisado pelas polícias Militar e Civil, que afirmam se empenhar para reduzir as estatísticas.
Além de Uberlândia, a lista de seis regiões com índices de violência em alta inclui – por ordem de aumento nas taxas – Barbacena, na Região Central (aumento de 19% nos crimes); Governador Valadares, no Vale do Rio Doce (+9,4%); Divinópolis, no Centro-oeste ( 7,7%), Uberaba, no Triângulo Mineiro, ( 3,6%); e Ipatinga, no Vale do Aço ( 1%).
Integrante do Fórum Nacional de Segurança Pública, o sociólogo Robson Sávio destaca fatores que podem interferir no aumento da criminalidade nas regiões que destoam da média de redução da violência no estado. “Pode ter havido influência de vários fatores, como incremento no tráfico de drogas, interferência do crime em áreas de divisas do estado, o fato de as cidades estarem em uma região de tráfico de drogas, armas e cargas, entre outros”, afirma o especialista.
Ele destaca, no entanto, que um estado tão grande como Minas Gerais vai, normalmente, apresentar diferentes perfis de criminalidade, a depender das especificidades de cada local. E chamou a atenção para o aspecto da sazonalidade criminal. “As taxas aumentam e diminuem a depender de uma série de variáveis que não são permanentes. Além disso, um período de cinco meses é pequeno tanto para dizer que houve redução no estado, quanto aumento em diferentes partes do interior. A comparação precisa de intervalos maiores, de pelo menos um ano”, disse. Robson Sávio ainda ressalta: “Não adianta somente investir em repressão. O combate à criminalidade depende de políticas de prevenção, do trabalho investigativo, da articulação entre as polícias, entre outras ações. Somente colocar polícia na rua não resolve”.
REAÇÃO De acordo com o comandante-geral da PM, Coronel Helbert Figueiró, a alta nos números nessas seis regiões de Minas já foi identificada como um processo de interiorização do crime e, diante disso, medidas de combate têm sido adotadas. Segundo ele, há falhas na infraestrutura e no efetivo de militares, que vêm sendo corrigidas com aumento do número de policiais nos batalhões do interior, especialmente nos destacamentos. No caso de Uberlândia, por exemplo, houve aumento no número de militares, bem como de viaturas, que já foram enviadas à região, sustenta.
O comandante deu detalhes do plano para reduzir as estatísticas da criminalidade. Por meio do Programa Mais Segurança, 1.800 soldados formados passaram a compor o quadro da PM, o que elevou a tropa para 41 mil agentes ativos e cerca de 2 mil policiais da reserva, que foram reconvocados ao trabalho. Também houve renovação da frota, com 1.425 viaturas entregues em todo o estado. Em BH, a PM planeja para agosto o reforço policial, com a implantação de 86 bases móveis de policiamento, com consequente fechamento ou recolhimento para o interior dos batalhões de 11 das 24 companhias da corporação. Outra estratégia é o uso de tablets nas viaturas e celulares com internet nas motos, prevista ainda para este ano, com o objetivo de facilitar a checagem de pessoas e veículos abordados em operações policiais nas ruas.
A criação de barreiras eletrônicas em 88 pontos nas divisas de Minas é outra estratégia dentro do programa. Com a medida, serão instalados câmeras e scanners para monitorar a movimentação de veículos e pessoas envolvidos em crimes nessas estradas. O uso dos equipamentos tecnológicos vai permitir identificar e coibir práticas como tráfico de drogas, roubo de cargas, trânsito de veículos roubados e furtados, transporte de mercadorias ilegais, entre outros delitos.
INVESTIGAÇÃO Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que “não mede esforços para apurar e combater os crimes violentos em todo o estado”. Segundo a corporação, para essa finalidade foram designados mais de mil novos investigadores para todas as delegacias do estado e está prorrogado o concurso público para a contratação de mais servidores para a função, possibilitando a convocação dos excedentes.
Segundo nota da Civil, estão sendo feitas adequações para melhorar a estrutura em toda a instituição e garantir uma melhor qualidade de atendimento à população.
Foram realizadas neste ano nas cidades citadas, segundo a Polícia Civil, diversas operações para combater crimes violentos. Em Uberlândia, por exemplo, foi preso Antônio da Silva Aparecido, motorista de transporte particular por aplicativo que estuprava vítimas que entravam em seu carro. Nas demais cidades relacionadas por aumento dos índices de crime violento, a corporação informou também manter investigações e prisões para coibir a recorrência da prática de delitos.
Além de Uberlândia, a lista de seis regiões com índices de violência em alta inclui – por ordem de aumento nas taxas – Barbacena, na Região Central (aumento de 19% nos crimes); Governador Valadares, no Vale do Rio Doce (+9,4%); Divinópolis, no Centro-oeste ( 7,7%), Uberaba, no Triângulo Mineiro, ( 3,6%); e Ipatinga, no Vale do Aço ( 1%).
Integrante do Fórum Nacional de Segurança Pública, o sociólogo Robson Sávio destaca fatores que podem interferir no aumento da criminalidade nas regiões que destoam da média de redução da violência no estado. “Pode ter havido influência de vários fatores, como incremento no tráfico de drogas, interferência do crime em áreas de divisas do estado, o fato de as cidades estarem em uma região de tráfico de drogas, armas e cargas, entre outros”, afirma o especialista.
Ele destaca, no entanto, que um estado tão grande como Minas Gerais vai, normalmente, apresentar diferentes perfis de criminalidade, a depender das especificidades de cada local. E chamou a atenção para o aspecto da sazonalidade criminal. “As taxas aumentam e diminuem a depender de uma série de variáveis que não são permanentes. Além disso, um período de cinco meses é pequeno tanto para dizer que houve redução no estado, quanto aumento em diferentes partes do interior. A comparação precisa de intervalos maiores, de pelo menos um ano”, disse. Robson Sávio ainda ressalta: “Não adianta somente investir em repressão. O combate à criminalidade depende de políticas de prevenção, do trabalho investigativo, da articulação entre as polícias, entre outras ações. Somente colocar polícia na rua não resolve”.
REAÇÃO De acordo com o comandante-geral da PM, Coronel Helbert Figueiró, a alta nos números nessas seis regiões de Minas já foi identificada como um processo de interiorização do crime e, diante disso, medidas de combate têm sido adotadas. Segundo ele, há falhas na infraestrutura e no efetivo de militares, que vêm sendo corrigidas com aumento do número de policiais nos batalhões do interior, especialmente nos destacamentos. No caso de Uberlândia, por exemplo, houve aumento no número de militares, bem como de viaturas, que já foram enviadas à região, sustenta.
O comandante deu detalhes do plano para reduzir as estatísticas da criminalidade. Por meio do Programa Mais Segurança, 1.800 soldados formados passaram a compor o quadro da PM, o que elevou a tropa para 41 mil agentes ativos e cerca de 2 mil policiais da reserva, que foram reconvocados ao trabalho. Também houve renovação da frota, com 1.425 viaturas entregues em todo o estado. Em BH, a PM planeja para agosto o reforço policial, com a implantação de 86 bases móveis de policiamento, com consequente fechamento ou recolhimento para o interior dos batalhões de 11 das 24 companhias da corporação. Outra estratégia é o uso de tablets nas viaturas e celulares com internet nas motos, prevista ainda para este ano, com o objetivo de facilitar a checagem de pessoas e veículos abordados em operações policiais nas ruas.
A criação de barreiras eletrônicas em 88 pontos nas divisas de Minas é outra estratégia dentro do programa. Com a medida, serão instalados câmeras e scanners para monitorar a movimentação de veículos e pessoas envolvidos em crimes nessas estradas. O uso dos equipamentos tecnológicos vai permitir identificar e coibir práticas como tráfico de drogas, roubo de cargas, trânsito de veículos roubados e furtados, transporte de mercadorias ilegais, entre outros delitos.
INVESTIGAÇÃO Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que “não mede esforços para apurar e combater os crimes violentos em todo o estado”. Segundo a corporação, para essa finalidade foram designados mais de mil novos investigadores para todas as delegacias do estado e está prorrogado o concurso público para a contratação de mais servidores para a função, possibilitando a convocação dos excedentes.
Segundo nota da Civil, estão sendo feitas adequações para melhorar a estrutura em toda a instituição e garantir uma melhor qualidade de atendimento à população.
Foram realizadas neste ano nas cidades citadas, segundo a Polícia Civil, diversas operações para combater crimes violentos. Em Uberlândia, por exemplo, foi preso Antônio da Silva Aparecido, motorista de transporte particular por aplicativo que estuprava vítimas que entravam em seu carro. Nas demais cidades relacionadas por aumento dos índices de crime violento, a corporação informou também manter investigações e prisões para coibir a recorrência da prática de delitos.