Essa é a aposta da prefeitura, que está em processo de contratação de 8 ex-moradores de rua para atuar junto a outros 64 profissionais em abordagens nas vias de BH que concentram maior parte dos sem-teto na capital. A participação dos novos funcionários é uma estratégia da PBH para ganhar a confiança do público prioritário e ainda ajudar na busca por assistência social e outros serviços de saúde, por exemplo. Ontem, um trabalho integrado envolvendo diversas áreas da administração municipal retirou um grupo de 30 pessoas que vivia embaixo do viaduto da Avenida Silva Lobo, na Região Oeste.
A ação que envolve ex-moradores de rua foi inspirada em outros projetos que envolvem ex-usuários de crack no trabalho de assistência a pessoas que fazem uso da droga na capital mineira. “Temos que passar confiança e essas pessoas precisam saber que com aquela equipe elas podem contar, que ela não vai apontar o dedo e culpá-las pela pobreza. Por isso, precisamos trazer indivíduos que já passaram por unidades de acolhimento nessa situação”, afirma o Secretário Municipal Adjunto de Assistência Social, José Crus.
Atualmente, as abordagens são feitas em todas as nove regionais da cidade, mas com o foco principal na Região Centro-Sul, onde está a maior concentração de pessoas em situação de rua. O trabalho conta com 34 equipes de duas pessoas, que devem ser reforçadas pelos 8 ex-moradores de rua cuja contratação está em andamento. “Além disso, vamos contratar 15 arte-educadores que vão desenvolver estratégias e criar atividades socioeducativas nas ruas”, explicou José Crus.
Está sendo elaborado ainda um diagnóstico dos trabalhos que são feitos com as pessoas em situação de rua em BH, que deve ir até setembro.
OPERAÇÃO Depois de três meses de acompanhamento, ação integrada da Prefeitura de Belo Horizonte para retirada das pessoas que viviam sob o viaduto da Avenida Silva Lobo levou parte delas para abrigos da capital. No local havia sido identificado uso e tráfico de drogas, além de obstrução da calçada, o que fere o Código de Posturas do município.
Além de adultos, estavam na situação de vulnerabilidade adolescentes, duas crianças de 5 anos, mulheres gravidas e idosos. “É uma ação para dar uma qualidade de vida melhor para essas pessoas, em abrigos e albergues, pois o local estava muito degradado”, explicou o coordenador da Regional Oeste, Gelson Leite.
Das 30 pessoas que viviam no espaço, 15 eram da mesma família e foram para os abrigos Granja de Freitas e Pompeia, ambos na Região Leste de BH. Uma mulher, com o filho, preferiu voltar para Ibirité, na Grande BH, onde tem família. O restante optou por continuar a vida nas ruas e será acompanhado pela prefeitura..