Serviços afetados e manifestações, com fechamento de vias, marcam a manhã desta sexta-feira, dia de greve geral em Minas Gerais e outros estados brasileiros.

Os manifestantes protestam contra as reformas trabalhista e da Previdência Social.

Em Belo Horizonte, as estações do metrô estão fechadas. Na tarde passada, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) chegou a deferir uma liminar estabelecendo que os metroviários cumprissem uma escala com 80% dos trens circulando, no período das 5h30 às 10h e das 16h às 20h. Nos demais horários, os trens deveriam circular com 60% da frota. No entanto, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Romeu José Machado, já havia adiantado ao em.com.br que a tendência era de que os trabalhadores não aceitassem a liminar.

A auxiliar comercial Caroline Krol foi surpreendida pelo fechamento da Estação Primeiro de Maio hoje. Sem metrô, ela esperava uma carona do gerente da empresa onde trabalha, em Vespasiano, na Grande BH. Outra que não sabia da paralisação é a auxiliar administrativa Adriana Freitas. Ela disse à reportagem que terá que pegar dois ônibus para chegar ao trabalho, no Bairro Santa Tereza, Região Leste de Belo Horizonte, e também vai chegar atrasada.


Os ônibus do transporte coletivo circulam normalmente. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana (STTR), que representa os motoristas e cobradores do transporte coletivo, disse que a entidade não convocou a participação dos trabalhadores na greve. Conforme a entidade, representantes vão estar nas estações e darão apoio ao funcionário que quiser aderir, mas ressalta que a decisão é individual.


Grupos de manifestantes também estão nas vias da capital e região metropolitana. Um grupo colocou fogo em pneus na pista da Avenida Cristiano Machado, no sentido Centro, na altura do Bairro Palmares, na Região Nordeste da capital. Eles bloquearam o trânsito e, com a chegada da Polícia Militar (PM), eles deixaram o local. Bombeiros foram acionados para a apagar o fogo, que está perto do acesso ao Anel Rodoviário.


A Rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, também tem uma manifestação. De acordo com a BHTrans, o protesto ocorre na alça de acesso à Estação Venda Nova. Uma equipe da companhia foi enviada ao local. Por volta das 9h, a BHTrans comunicou o início de uma manifestação na Praça Sete, Centro de Belo Horizonte. Houve fechamento esporádico de vias, mas sem transtornos no trânsito.

Move Metropolitano circula normalmente. Na foto, embarque e desembarque na Estação Vilarinho - Foto: Beto Novaes/EM/DA PressTambém há uma concentração de manifestantes na Praça da Cemig, em Contagem. O grupo está na pista marginal e não prejudica o trânsito na via. De acordo com a Transcon, responsável pelo trânsito na cidade, esses manifestantes saíram da Magnesita e, após a passagem pela praça, elas devem voltar para a empresa. Os ônibus em Contagem circulam normalmente. 

Por volta das 7h, outro grupo protestava na Cidade Industrial, próximo ao Carrefour. O trânsito ficou lento na BR-381, no sentido Belo Horizonte.

SAÚDE O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de BH (Sindibel), que representa funcionários dos centros de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros setores da prefeitura da capital, afirmou que as Unidades de Pronto Atendimento e o Hospital Odilon Behrens estão com o atendimento normalizado nesta sexta-feira.

Os centros de saúde, no entanto, de acordo com o Sindibel, estão paralisados. O sindicato não soube precisar a quantidade, mas informou que a maioria das unidades estão com serviços suspensos. A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, por sua vez, informou que no final da tarde irá divulgar um balanço sobre o funcionamento dos centros de saúde.

Elen Luci das Dores tinha uma consulta marcada para o filho Samuel, mas já foi avisada que a médica não veio - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA PressHá postos de BH funcionando com quadro reduzido. No Centro de Saúde Campo Alegre, no bairro de mesmo nome, Norte de BH, faltaram médicos, enfermeiros e auxiliares, segundo funcionários. A dona de casa Elen Luci das Dores, 45 anos, tinha uma consulta marcada para o filho Samuel às 10h, mas já foi avisada que a médica não veio. "Se a paralisação for pra nos ajudar, vale a pena, mas fiquei chateada por ter perdido essa consulta, porque não sei quando vou conseguir de novo. Podiam pelo menos ter avisado os pacientes", afirma.

Interior 

- Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulgação As pistas da BR-267, próximo ao km 120, no Bairro Igrejinha, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, estão fechadas desde o início da manhã desta sexta-feira. A Polícia Rodoviária Federal informou que o Sindicato dos Metalúrgicos e militantes realizam protestos na rodovia. O engarrafamento no local devido a paralisação do tráfego já chegou na BR 040. Ainda conforme a PRF, os manifestantes informaram que a via deve ser liberada até ás 9h desta manhã. 

Na BR-381, a praça de pedágio próximo a Itatiaiuçu, na Região Central do estado, manifestantes também realizam um ato nesta manhã. De acordo com a PRF, o trânsito não foi interrompido e os protestos ocorrem na marginal da rodovia.

Em Montes Claros, no Norte de Minas, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que estão previstos protestos durante a tarde no centro da cidade. No início da manhã, segundo a PM, um grupo de manifestantes fechou a BR-135 e queimou pneus. A corporação informou que o trânsito ficou interditado e que o Corpo de Bombeiros foi acionado para fazer a contenção das chamas. .