De acordo com o presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior, a assinatura do acordo demonstra a seriedade das empresas mineradoras – Samarco e suas controladoras Vale e BHP Billiton – para minimizar os efeitos do desastre ambiental. “Aqui está se criando novas oportunidades para melhoria da qualidade de vida de todos os ribeirinhos. É um resgate que chega a tempo para eles terem novas oportunidades”, assinalou Machado Júnior.
O rompimento da barragem do Fundão, em 5 de novembro de 2015, causou a morte de 19 pessoas e o derramamento de toneladas de rejeitos de minério na Bacia do Rio Doce. O subdistrito de Bento Rodrigues, de Mariana, foi devastado pela lama. A poluição do Rio Doce causou danos ao ecossistema, que chegaram até sua foz, no litoral do Espírito Santo.
A Fundação Renova foi criada em 30 de junho do ano passado para implementar e gerir os programas de reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento da barragem. A fundação é fruto da assinatura do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta, em 2 de março, entre Samarco Mineração, com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Billiton, e governo federal, governos estaduais de Minas e Espírito Santo e outros órgãos governamentais.
O presidente da Renova, Roberto Waack, falou sobre a importância do acordo de cooperação na capacitação da população local, de imediato, para atender à demanda de mão de obra da construção civil nos trabalhos de reparação dos danos e reconstrução das áreas afetadas. Ele ainda destacou a necessidade de profissionais em atividades paralelas à construção, como preparação de alimentos, confecção de uniformes, transportes, entre outros. “É um modelo que leva a oportunidade de formação ao município. Terá um sistema de cursos em caminhões, tendas, sem restrições de perfil dos interessados”, explicou Waack.
Em um outro nível, a longo prazo, serão formados profissionais de outros setores, como o de agronegócio. Até 2019, a expectativa da fundação é de ter criado pelo menos 8 mil posições de trabalho, no tocante às obras de infraestrutura nas áreas atingidas pelo rejeito de minério. O período de formação profissional será entre seis e 12 meses.
O termo de cooperação também foi assinado com a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). Os sistemas Fiemg e Findes contribuirão institucionalmente com a fundação visando minimizar os impactos socioambientais e socioeconômicos da tragédia de Mariana. Por meio da formação profissional, será criada oportunidade de geração de renda aos atingidos pelo desastre.
(RG)
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