Uma construção de concreto armado projetada para permitir o acesso ao Mineirão sem causar retenção de trânsito na Avenida Presidente Antônio Carlos figurou como uma armadilha mortal durante as manifestações da Copa das Confederações, em 2013. Do vão entre as duas pistas do Viaduto José Alencar caíram sete jovens manifestantes, dos quais dois morreram. A abertura entre as estruturas agora está completamente cercada por grades de ferro e telas metálicas que impedem a aproximação de pedestres. Uma placa alerta para o obstáculo, indicando que há uma abertura de três metros entre as duas pistas.
Em 22 de junho, dia de Nigéria x México, foram 120 mil manifestantes presentes na avenida, e mais uma vez um grande confronto ocorreu, com a depredação de agências bancárias e algumas concessionárias. Enquanto a polícia repelia o movimento com gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha, o estudante Luiz Felipe Aniceto de Almeida, de 22, acabou caindo do vão entre as duas pistas do viaduto e não resistiu aos ferimentos. Quatro dias depois, data de Brasil x Uruguai, outro estudante, Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21, caiu do mesmo local e morreu após 19 dias internado.
Em todos esses embates, depois de a multidão ser repelida dos arredores do estádio pela polícia, a fúria dos manifestantes se voltou contra os comerciantes da região. No mesmo dia, caíram na abertura entre as pistas outros quatro jovens: Daniel de Oliveira Martins, de 28, Caio Augusto Lopes, de 17, Gustavo Magalhães Justino, de 19, e Nathália Nascimento Dantas, de 21.