A temperatura caiu ainda mais em Minas Gerais nesta terça-feira e Belo Horizonte registrou a menor temperatura do ano pelo segundo dia consecutivo e tornou-se a capital mais fria do país, segundo o instituto PUC Minas TempoClima.
Segundo o meteorologista Heriberto dos Anjos, do PUC Minas TempoClima, a temperatura mínima em Belo Horizonte hoje chegou aos 6,1 graus na Estação Cercadinho, na Região Oeste da cidade. A sensação térmica chegou a -5 graus. Ontem, a mesma estação marcou 8,9 graus na capital mineira. A máxima hoje não deve passar dos 21.
O registro de 6,1 graus em Belo Horizonte nesta terça-feira foi o mais baixo registrado em 42 anos. De acordo com Heriberto dos Anjos, a temperatura mínima histórica na capital foi registrada no dia 7 de julho de 1975, quando os termômetros marcaram 5,4 graus. O registro, no entanto, foi feito na Estação Centro-Sul.
Com 6,1 graus de temperatura, Belo Horizonte é a capital mais fria do país. O TempoClima utiliza dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o levantamento, BH está na frente de São Paulo (SP), que teve 9,3 graus hoje, e Curitiba (PR), com 9,6 graus. Veja os números em outras capitais, conforme o TempoClima:
- Belo Horizonte (MG): 6,1 graus
- São Paulo (SP): 9,3 graus
- Rio de Janeiro (RJ): 12,1 graus
- Vitória (ES): 14,5 graus
- Porto Alegre (RS): 10,6 graus
- Florianópolis (SC): 13,1 graus
- Curitiba (PR): 9,6 graus
- Campo Grande (MS): 13,8 graus
- Brasília (DF) 10,6 graus
- Goiânia (GO) 13 graus
- Cuiabá (MT) 16,7 graus
Ainda segundo o TempoClima, a previsão de hoje para a capital mineira é de tempo firme, já que a massa de ar frio e seco tem a característica de inibir a formação de nuvens. Os ventos intensos continuam ao longo do dia, diminuindo a sensação térmica.
No restante do estado, as regiões da Zona da Mata, Central e Sul de Minas terão uma terça-feira de frio. Já nas regiões Leste e Triângulo Mineiro, a temperatura pode chegar aos 27 graus. No Norte de Minas, onde a atuação da massa de ar frio não é tão presente, a máxima pode chegar aos 31.
Rigor do inverno deve diminuir
Ontem, os termômetros marcaram recorde de frio da estação, com 8,9 graus e sensação térmica de -5 graus na Estação Cercadinho, próxima às regiões Oeste e Centro-Sul da capital, às 7h, segundo o Centro de Meteorologia PUC Minas Tempo Clima. Os ventos durante a madrugada e no amanhecer chegaram aos 78,1 km/h, o que motivou a baixa sensação térmica em BH e resultou em 30 ocorrências de poda de árvores atendidas pelo Corpo de Bombeiros na manhã de ontem. O frio deve continuar, mas a previsão é de que os termômetros marquem temperaturas mais altas no fim da semana.
Segundo o meteorologista Heriberto dos Anjos, o instituto não dispõe de dados estatísticos sobre sensação térmica. Ele disse desconhecer um registro negativo nos últimos anos em BH. A Região da Pampulha, de acordo com ele, registrou sensação términa de 6 graus na manhã de ontem.
Já de acordo com meteorologista Luis Ladeia, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas desta estação tendem a ser maiores que as do último ano. Ele afirma que, em 2016, o planeta estava sob influência do fenômeno La Niña, que provoca no Hemisfério Sul uma baixa maior das temperaturas entre os meses de junho e agosto. Entretanto, o inverno não surpreende o especialista, que afirma que está dentro do previsto: “São picos normais para este período do ano, mas não definem o inverno todo. A partir de quinta-feira, a temperatura vai aumentar gradativamente”, afirma. A previsão é de que hoje faça 10 graus e que a temperatura aumente um grau por dia.
INTERIOR O município de Maria da Fé, na Região Sul do estado, registrou a menor temperatura de Minas Gerais ontem, com 5 graus. Cidades das regiões Norte e Noroeste registraram clima mais seco e temperaturas elevadas no período da tarde, quando os termômetros ficaram acima de 30 graus. Na madrugada, a anunciada neve no Parque Nacional do Itatiaia, onde está o pico das Agulhas Negras, com 2.790,94 metros, o quinto ponto mais alto no Brasil, terminou não caindo, frustrando as previsões.
Porém, para a decepção dos turistas que viajaram até o parque, a neve não caiu desta vez. Para nevar, é preciso três condições: umidade relativa do ar bem elevada, probabilidade de chuva e frio na parte mais alta do pico. De acordo com Heriberto dos Anjos, o vento não contribuiu para o fenômeno, por conta da latitude. Heriberto e Luis Ladeia não descartam a possibilidade, mas acreditam que não há previsão para que ocorra. “Nos próximos dias, a previsão é de ficar próximo a 0 grau. Mas não há uma data para que o fenômeno aconteça. O vento atrapalha muito”, disse.
*Estagiário sob supervisão do editor André Garcia.