Após negociação com a Polícia Militar e guardas municipais, os camelôs sairam em protesto pelas ruas do Hipercentro da capital às 11h desta terça-feira. Acompanhe o registro feito pelo réporter Guilherme Paranaíba no Facebook do Estado de Minas durante o protesto no vídeo acima.
O grupo se reuniu desde as primeiras horas da manhã na Rua dos Carijós e continuou a manifestação iniciada nessa segunda-feira, contrária à fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte, que pretende retirar os ambulantes das ruas das áreas centrais da capital mineira.
O trajeto do protesto começou na Rua Carijós e chegou às 13h à porta da PBH, onde uma comissão de representantes do grupo de camelôs pretende se reunir com a Secretária de Serviços Urbanos de BH, Maria Caldas, ou com outro representante municipal.
A manifestação seguiu o trajeto pela Rua Carijós na esquina com São Paulo e descida até a Avenida Paraná. Dali, os manifestantes passaram pela Praça da Rodoviária e seguiram pela Rua Curitiba até a Rua Oiapoque, onde entraram na Rua São Paulo e subiram até o cruzamento à esquerda com a Avenida Afonso Pena e foram até a porta da Prefeitura de Belo Horizonte.
No início do manifesto um camelô foi detido por discutir com fiscais que estavam no local. O grupo seguiu pelas ruas com apitos e gritos de ordem e pedindo aos comerciantes que fechassem as lojas em apoio ao movimento. Assustados, os funcionários de muitos estabelecimentos abaixaram as portas. A Polícia Militar e a Guarda Municipal acompanharam toda a movimentação do grupo que complicou o trânsito na área central, segundo a BHTrans.
Na Rua Oiapoque, os camelôs fizeram um ato em frente ao shopping Oiapoque, um dos locais indicados pela administração municipal para abrigar os ambulantes. O centro comercial reforçou a segurança nas portarias e houve início de discussão entre guardas do shopping e manifestantes. A Polícia Militar interviu e fez o uso de gás de pimenta para conter os ânimos.
O camelô Evanildo Barbosa afirmou que os camelôs acatam a decisão da PBH, mas pedem que a retirada dos ambulantes das ruas seja gradativa. "Nós só queremos trabalhar e saindo da rua a gente não consegue. Se eles conseguirem 50 vagas, que tirem 50 pessoas, mas não paralisando os serviços de todo mundo".
O camelô Evanildo Barbosa afirmou que os camelôs acatam a decisão da PBH, mas pedem que a retirada dos ambulantes das ruas seja gradativa. "Nós só queremos trabalhar e saindo da rua a gente não consegue.
Ivanildo Barbosa resaltou que o grupo vai lutar pela criação de uma feira livre. "Nós queremos feira livre, queremos continuar nas ruas. Os aluguéis dos shoppings mesmo com subsídio continuam muito caros."
A vereadora Áurea Carolina (PSOL) está acompanhando o protesto e vai se reunir nesta tarde junto com os camelôs e representantes da PBH para discutir as ações de retirada dos ambulantes das ruas. A vereadora, no entanto, classificou a operação como um desastre. "Vejo que essa operação é um desastre total. Podemos ver que são jovens, negros e de periferia que buscam sustento em um momento dificil do Brasil em que muitos desempregados buscam a saída nas ruas e ser camelô ou ambulante acaba virando uma alternativa. Acredito que nao é com repressão e criminalização que vamos resolver a situação".
A vereadora Áurea Carolina (PSOL) está acompanhando o protesto e vai se reunir nesta tarde junto com os camelôs e representantes da PBH para discutir as ações de retirada dos ambulantes das ruas. A vereadora, no entanto, classificou a operação como um desastre. "Vejo que essa operação é um desastre total. Podemos ver que são jovens, negros e de periferia que buscam sustento em um momento dificil do Brasil em que muitos desempregados buscam a saída nas ruas e ser camelô ou ambulante acaba virando uma alternativa. Acredito que nao é com repressão e criminalização que vamos resolver a situação".
De acordo com Áurea Carolina, a PBH tem que iniciar "uma disccussão participativa, dando uma opçãoo de reinserção econômica."
Às 13h, após 2h de protesto, o grupo chegou ao prédio da Prefeitura de Belo Horizonte e afirmou que vai dar opções de realocamento em corredores da área central aos gestores da PBH. Um dos líderes do movimento, inclusive, afirmou que é possível realizar em Belo Horizonte um movimento parecido com a Rua 25 de Março, em São Paulo.
Com a chegada dos manifestantes ao prédio da prefeitura, a segurança foi reforçada no local por guardas municipais.
Kalil mantém fiscalização
De acordo com o prefeito, os atos de fiscalização começam no Hipercentro, mas irão se estender para os bairros da cidade. A intenção de Kalil, segundo afirmado na coletiva, é conter a comercialização de produtos roubados na cidade."Cigarro roubado e produto contrabandeado na minha cidade não terá", salientou.