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Estado de Minas

Camelôs voltam às ruas de BH e fazem passeata no Centro

Ambulantes se concentraram na Rua Carijós e seguiram em caminhada pelo Centro. Segundo camelô, eles devem percorrer a região durante todo o dia


postado em 05/07/2017 12:31 / atualizado em 05/07/2017 18:14

Manifestantes fecham a Praça Sete(foto: Cláudio Costa )
Manifestantes fecham a Praça Sete (foto: Cláudio Costa )
Camelôs de Belo Horizonte fazem o terceiro dia de manifestação contra a iniciativa da PBH de retirar os ambulantes das ruas do Hipercercentro. Novamente, o grupo se desloca por vias da cidade. Por causa disso, o trânsito está lento em alguns trechos. Na Praça Sete, os vendedores deram as mãos e fizeram um abraço simbólico no obelisco.

A Polícia Militar (PM) confirmou que um homem foi detido com uma réplica de pistola na Rua Curitiba. A princípio, ele não participava do movimento dos camelôs. Ele foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan 2). Até o momento, não houve confronto com os manifestantes, de acordo com o 1º Batalhão da PM.

A concentração dos ambulantes começou no cruzamento das ruas São Paulo com Carijós, por volta das 10h. Um ambulante ouvido pelo em.com.br no início da manhã informou que a intenção deles era permanecer no local hoje e afetar o comércio, que tem fechados as portas mais cedo desde o início das manifestações, na segunda-feira.

No entanto, por volta das 11h, os manifestantes decidiram seguir em passeata pelo Hipercentro mais uma vez. Os camelôs seguiram pela Rua Curitiba, que ficou interditada na altura da Galeria do Ouvidor. Os camelôs seguiram, então, até a Rua Tupis, em frente ao Shopping Cidade e caminham em direção à Praça Sete.



Por volta das 13h, os manifestantes foram para a Praça Sete. Os cruzamentos das avenidas Afonso Pena e Amazonas foram fechados pelos ambulantes, que deram as mãos e fizeram um círculo em volta do 'pirulito'. Em seguida, foram para a Rua São Paulo e seguiram em direção a Rua Curitiba.

Depois, o grupo seguiu pela Avenida dos Andradas até a Câmara Municipal de Belo Horizonte. Eles chegaram a ser barrados na entrada da Casa, mas depois foram liberados. Os ambulantes que entraram passaram por revista. Os manifestantes queriam participar da galeria do plenário, mas não conseguiram. O quórum da reunião caiu aos três minutos.

De acordo com Ivanílson Barbosa, um dos camelôs que foi retirado das ruas, o grupo, hoje, pretende afetar o funcioamento do comércio na Região do Hipercentro de BH. "Estamos protestando pacificamente e pedindo que os comerciantes abaixem as portas. De alguma maneira queremos prejudicar a PBHe chamar atenção deles para o nosso problema," relatou.

Uma comissão de cinco ambulantes foi recebida por vereadores, entre eles, o presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB). O vereador Pedro Patrus (PT) quem está a frente das negociações. O projeto de lei que tenta regularizar a situação dos camelôs nos shoppings populares chegou à Casa nesta semana.

Os camelôs não ficaram satisfeitos com a reunião e pedem uma resposta mais rápida do poder público para o problema, já que os shoppings não atendem a todos e não cabem todos. "Nós vamos voltar para as ruas. Não é questão de querer, é questão de sobrevivência. Um tiro de borracha dói menos do quer ver seu neto em casa sem mamadeira", afirma Vânia Lúcia dos Santos Rosa, uma das ambulantes que participou da reunião.

Sorteio




Ao anunciar que adiantou para amanhã o sorteio das primeiras vagas para os camelôs em shoppings populares privados de BH, o prefeito Alexandre Kalil, avisou que a retirada de ambulantes das ruas não só é definitiva, como chegará a outros locais além do Hipercentro. “É uma operação que não tem volta, não tem fim, é como a Guarda no ônibus, é como o táxi andando (nas pistas do Move), como o estacionamento do Mineirão: são ações permanentes.”

Nos shoppings populares, os ambulantes ocuparão espaços como se estivessem em uma feira livre, inicialmente sem boxes. “Como neste momento não haverá repasse de recurso público para os shoppings que aderirem ao programa, a gente entendeu que, juridicamente, temos condições de acelerar o processo”, detalhou a secretária municipal de Serviços Urbanos, Maria Caldas.



Entenda o caso


» A Prefeitura de BH com base no Código de Posturas, iniciou a fiscalização, coibindo a presença de camelôs nas ruas. Só podem permanecer artesãos, deficientes e hippies, que têm liminar para expor produtos em locais específicos.

» Em troca, a administração municipal promete subsidiar, durante cinco anos, os custos de vendedores ambulantes em shoppings populares privados, por meio de um projeto enviado à Câmara. O subsídio começa com os ambulantes pagando apenas R$ 30 mensalmente e ocupando espaços com a configuração de feiras livres dentro dos shoppings.

» O valor pago pelos camelôs cresce progressivamente. Depois dos cinco anos, os ambulantes pagariam, a partir do sexto, R$ 800.

» A diferença, segundo a PBH, é que eles já terão passado por cursos profissionalizantes que permitirão a eles uma organização melhor para dar conta de tocar seus negócios. As primeiras 700 vagas em cursos dessa natureza estarão disponíveis para início das capacitações em setembro.

» Enquanto o projeto não é aprovado, a PBH propõe ainda que os ambulantes trabalhem em bancas de shoppings populares parceiros, ao custo de R$ 1 por dia, pelo período de quatro meses. O credenciamento dos centros comerciais interessados já foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM).

» A PBH promete também abrir imediatamente 55 vagas no Shopping Caetés, administrado pelo município, ao custo fixo mensal de R$ 300, valor que será controlado pela prefeitura e não terá variação. Outras 100 vagas serão abertas em um segundo momento e dependem de obras no local para serem disponibilizadas.

» Outras 2 mil posições de trabalho serão abertas em feiras livres e regionais, principalmente para a venda de comida e artesanato.




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