Minas tem alta de 80% no número de casos de caxumba nos seis primeiros meses de 2017

De janeiro a junho deste ano, 1.883 pessoas foram infectadas pela doença. No mesmo período de 2016 foram computados 1.043 casos. Vacinação está disponível no SUS

João Henrique do Vale

Os casos de caxumba em Minas Gerais neste ano estão em alta.

De janeiro a junho deste ano, 1.883 pessoas foram infectadas pela doença, o que representa 80% do mesmo período de 2016, quando foram computados 1.043. A explicação para o aumento está ligada à vacinação. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), jovens e adultos, que estão sendo acometidos, não se imunizaram ou tomaram apenas uma dose da medicação. A imunização está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Também conhecida como parotidite, a caxumba geralmente tem sintomas considerados amenos. É caracterizada pelo aumento das glândulas salivares, o que provoca inchaço no rosto. Nos casos graves, pode evoluir até para meningite.
O contágio ocorre pela saliva e por gotículas, por isso a preocupação das autoridades.

Dados disponibilizados pela SES mostram média de 300 casos por mês neste ano. Em janeiro foram 338; em fevereiro, 310; em março, 393; em abril, 362; e, em maio, 342. Em junho, dados parciais mostram que 138 pessoas foram infectadas. O número de notificações de 2017 já representa 62,5% do total registrado no ano passado. “Estamos percebendo nos últimos anos no Brasil e no mundo o ressurgimento da caxumba em forma de pequenos surtos. O aumento de número de casos passa pela questão vacinal. A maioria dos adultos e jovens que se vacinaram anteriormente receberam doses para a proteção contra sarampo e rubéola, ou não receberam as doses adequadas, que seriam duas da tríplice viral, que inclui a caxumba. Ou de fato não foram vacinados”, explica Gilmar José Coelho Rodrigues, coordenador de Doenças Transmissíveis da SES.

Em Belo Horizonte, nos primeiros seis meses, foram 330 casos registrados. O total equivale a 56,2% de todo o ano passado, quando 587 pessoas foram acometidas pela doença. Em 2015, foram 269 notificações na capital mineira.

No calendário de imunização, a vacina tríplice viral é administrada em bebês aos 12 meses e a tetraviral (que inclui a catapora), aos 15 meses. A vacina pode ser aplicada em pessoas até 49 anos.
Ela está disponível em todos os postos de saúde.

O período de transmissão da doença é de nove dias depois dos primeiros sintomas. Por causa disso, o recomendado é que os pacientes fiquem isolados, lavando as mãos com frequência e evitando o compartilhamento de objetos, como copos e talheres.

 

(RG) 

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