Eles já começaram a emoldurar as ruas de Belo Horizonte, com cor e beleza. Os ipês que enfeitam a capital durante o inverno estão, aos poucos, perdendo suas folhas e dando lugar às flores que transformam a paisagem. De agora até setembro, as ruas da cidade vão seguir um ciclo de cores em tons de rosa, roxo, amarelo e branco, com a beleza dessa espécie botânica que forma verdadeiros tapetes nos jardins de praças, ruas e avenidas. Os mais atentos à transformação dessas árvores já percebem as mudanças no cenário por onde os ipês estão espalhados em BH e, além de admirar, começam a fazer os primeiros registros fotográficos, logo exibidos nas redes sociais.
Para muita gente, como o médico Jorge Nahas, de 70, o início da floração dos ipês é aguardado com expectativa. Enquanto passava pela Praça da Liberdade na tarde de ontem, ele comentou os diferenciais da espécie. “É uma árvore muito intensa, pelas características que tem. Tem cores fortes que mudam a feição da cidade”, comentou. Em outro ponto da cidade, na Rua Ascânio Burlamarque, no Bairro Mangabeiras, dois ipês-rosas também já “deram as caras”. “Faz pouco mais de uma semana que eles floresceram. Eu gosto muito dessa época porque a rua fica enfeitada e cheia de cor”, comentou o estudante Igor Bersone Guimarães, de 18.
ESPÉCIES Este ano, segundo o professor João Renato Stehmann, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a floração está um pouco atrasada devido às chuvas ocasionais de junho, mas segue até setembro. “Nos anos anteriores, nesse período a floração do ipê-amarelo estaria exuberante. Porém, com a chegada da seca, a cidade ganha esse colorido, que vai até setembro”, explicou.
De acordo com o professor, há cinco espécies predominantes na capital, duas da cor amarelo, roxo, rosa e branco. Somente os ipês-rosas não são característicos da região, sendo espécies comuns da Amazônia e da América Central. “De um modo geral, a floração dos ipês dura cerca de uma semana, exceto o branco, que tem uma rápida explosão e queda das flores no curto período de três dias”, assinala Stehmann.
Na área urbana da capital, as árvores foram plantadas, não havendo casos de espécies nativas, que podem ser encontradas na Serra do Curral e em outros pontos do entorno da cidade. Para o professor João Renato Stehmann, o momento é oportuno para as pessoas que gostam de fotos de flores registrarem boas imagens. “É diversão garantida encontrar espécies como o ipê-branco, cuja floração tem um rápido intervalo, ou registrar as diferenças de pigmentação das folhas. Que comece a caçada”, brinca.