A volumosa carga de esgoto que ingressa e contamina as sub-bacias dos ribeirões Arrudas, Onça, da Mata, Água Suja, Caeté-Sabará e Jequitibá será alvo de um plano de coleta, interceptação e tratamento que vai beneficiar também municípios com saneamento deficiente, como Sete Lagoas, Sabará e Nova Lima. Essas serão algumas das mais importantes e urgentes ações do programa “Revitaliza Rio das Velhas” para a despoluição do mais importante manancial de abastecimento da Grande BH e segundo maior afluente do Rio São Francisco.
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Comitê do Rio das Velhas mantém subcomitês na sua estruturaSeca e despejo ilegal de resíduos transformam afluente do Rio das Velhas em canal de esgotoAutoridades lançam novo plano de revitalização do Rio das VelhasExpedição chega ao fim mostrando cenário de poluição do Rio da VelhasComitê anuncia medidas para evitar situação crítica no Rio da VelhasCopasa reduz captação do Rio das Velhas por causa do risco de restrição de uso Vazão do Rio das Velhas tem alta, mas segue em risco de entrar em estado de restrição de usoRio das Velhas está a dois dias de entrar em estado de restrição de usoEstiagem e consumo sugam o Rio das Velhas, que abastece a Grande BHVereadores de Curvelo apuram se falhas em tratamento de esgoto poluem afluente de Rio das VelhasDe acordo com o CBH Rio das Velhas, o objetivo desse compromisso é alcançar a disponibilidade de água em quantidade e qualidade, visando garantir os múltiplos usos e a segurança hídrica da bacia do Rio das Velhas, especialmente da Grande BH. “A ideia é reagrupar todos esses atores sociais no sentido de que o rio precisa ser revitalizado. Para garantir isso, cada ente firmará um dos termos de adesão específicos com o CBH Rio das Velhas”, afirma o presidente do comitê, Marcus Vinícius Polignano.
AVANÇOS E DESAFIOS No passado, o Rio das Velhas chegou a ser alvo de ações de revitalização que envolviam o CBH, a ONG Projeto Manuelzão e o estado. Houve avanços, como a construção das estações de tratamento (ETEs) dos ribeirões Arrudas e Onça, capazes de remover os poluentes de 60% do esgotos de Belo Horizonte. Mas as chamadas metas 2010 e 2014 não conseguiram nenhum dos grandes objetivos que previam nadar, pescar e navegar pelo curso hídrico.
O ideal de saneamento é perseguir a meta de 100% de coleta, interceptação e tratamento dos esgotos e iniciar o tratamento terciário das ETEs Arrudas e Onça, operadas pela Copasa.
Outras metas envolvem o aumento do saneamento rural, a implantação de projetos voltados para o aumento da permeabilidade do solo com o armazenamento de água da chuva, a exemplo das barraginhas que aportam parte dos rios. As águas mais limpas da bacia do Velhas também deverão receber uma proteção especial, sobretudo a sub-bacia dos rios Cipó e Paraúna, uma das principais reservas biológicas naturais da bacia do Velhas, e de outros afluentes de Classe I e Classe Especial, como os rios Prata, Pardo e Curimataí.
O CBH destaca que, no caso do Alto Rio das Velhas, é fundamental consolidar a trama verde-azul, que é a dinâmica das matas e águas no ciclo ecológico, criando novas áreas protegidas, de forma a fomentar o máximo de mosaico de unidades de conservação com corredores ecológicos, garantindo a sustentabilidade ambiental. Envolve, ainda as ações para proteção de nascentes e áreas de recarga, fortalecimento de programas de nascentes urbanas e rurais e a recuperação e proteção das Áreas de Proteção Permanente das margens do Rio das Velhas, entre outras.
No campo estratégico, estão sendo preparadas medidas de integração da gestão dos recursos hídricos e da gestão ambiental, a discussão sobre o enquadramento dos corpos d’água em classes de uso considerando aqueles especialmente necessários à segurança hídrica, a criação de um Sistema de Informações sobre os recursos hídricos da bacia, incluindo informações necessárias a uma gestão transparente e o fortalecimento do grupo de acompanhamento de vazão do Alto Rio das Velhas (Covazão). Busca-se, também, que sejam levadas em conta a gestão de bacias hidrográficas na concepção dos Planos Diretores Municipais, a promoção de ações culturais, visando a mudança de mentalidade comprometidas com a revitalização do rio, o controle da mortandade de peixes e da proliferação de cianobactérias..