Jornal Estado de Minas

Número de desaparecimentos em trilhas aumentou em Minas no primeiro semestre de 2017

O número de desaparecimento de pessoas que saem para fazer trilhas e caminhadas em regiões de montanhas, parques e cachoeiras aumentou em Minas Gerais no primeiro semestre de 2017, em comparação com o mesmo perído de 2016. O Corpo de Bombeiros divulgou na manhã desta quinta-feira um balanço sobre as ocorrências de desaparecimento de pessoas apontando um aumento de 55 casos em relação ao ano passado. 

De acordo com a corporação, de janeiro a maio de 2016, foram atendidas 126 ocorrências de pessoas que saíram para trilhas e desapareceram. Neste ano, o número entre janeiro e maio e já chega em 181 pessoas desaparecidas. 

O casa mais recente envolve um professor universitário que desapareceu no último sábado (8) no Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. 

Antônio Teodoro Dutra Júnior, de 43 anos, sumiu na tarde sábado quando foi fazer uma trilha no Pico da Bandeira. O professor estava em excursão com um grupo de 38 pessoas de uma igreja. Testemunhas disseram aos bombeiros que das 38, apenas 3 conseguiram chegar ao cume do pico, devido às condições climática do local e das disposições psicológicas e fisicas dos esportistas. Até o início da tarde desta quinta-feira, o homem não havia sido encontrado.

De acordo com o Tenente Pedro Aihara, chefe de imprensa do Corpo de Bombeiros, o aumento nos casos se deve à alguns fatores: falta de conhecimento sobre as áreas onde as pessoas escolhem fazer as trilhas, o não uso de equipamentos de localização, falta de preparo físico e a falta de quipamentos específicos. 

"Hoje estamos, naturalmente, tendo uma grande procura por estas atividades e muitas pessoas têm se aventurado sem conhecimento nas áreas que serão exploradas. Então em primeiro lugar é preciso se orientar e conhecer a região. Depois, é preciso notificar os responsáveis pelo parque que você deseja iniciar uma trilha e informar aonde vai e com quantas pessoas.
Assim, caso ocorra alguma coisa, a administração do parque vai notificar os bombeiros e as buscas começarão rapidamente. Por fim, é preciso sempre fazer uso de um GPS ou algum aparelho que facilite na sua localização, além de quipamentos de primeiro socorros e alimentos, roupas e calçados específicos para as trilhas," destacou. 

Ainda conforme o tenente, em Minas Gerais alguns parques e regiões possuem certa reincidência em casos de desaaprecimento. "Minas Gerais tem como característica específica as montanhas e terras para trilhas. Alguns desses lugares apresentam um destaque de ocorrências, como o Pico da Bandeira, a Serra do Curral, a Serra do Cipó, o Parque Mangabeiras, além das trilhas próximas à cachoeiras."

A corporação também destacou que, em casos de excursão, como no desaparecimento do professor Antônio Teodoro Dutra, os grupos não se organizam corretamente com a escolha de um ou mais líderes, o que acaba dificultando a localização de pessoas desaparecidas. 

* Sob supervisão da subeditora Jociane Morais
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