Uma rotina crescente de agressões, que se tornou insuportável quando a humilhação diante de uma filha pequena se juntou a surras frequentes, que já haviam resultado inclusive em um braço quebrado. Com a cabeça completamente raspada pela última investida do companheiro de 28 anos, A.A.L., de 36, procurou a polícia disposta a denunciar os diversos tipos de violência que vinha sofrendo, e a vencer o medo que a silenciou por anos.
O marido, W.S.C., com quem ela tem duas filhas, fruto de cinco anos de relacionamento, foi preso em flagrante e deve responder por agressão e tortura. Além de cortar o cabelo da mulher diante de uma das meninas, de 1 ano e 2 meses, ele atacou a vítima a chutes e socos.
O caso ocorreu em Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas. Segundo a delegada Angelita de Oliveira, responsável pelo inquérito, o último ataque foi a gota d’água para que a mulher procurasse a polícia. “Ela já não podia sair de casa, não podia trabalhar, porque o marido não deixava. Relatou que sofria agressões constantes. Inclusive, no início deste ano, teve um braço quebrado por ele”, afirma a policial. Há alguns meses, o pai da vítima sofreu um acidente vascular cerebral e ela resolveu passar mais tempo na casa dele para ajudá-lo, o que teria intensificado as agressões.
Na manhã de quarta-feira, A.A.L. estava na casa em que vivia com o marido quando, segundo seu relato, foi surpreendida com chutes e socos. “Ele dizia para ela voltar para casa. Diante da recusa, o companheiro exigiu que ela se sentasse em uma cadeira e raspou todo o cabelo dela com uma máquina de barbear”, relatou a delegada. Sob ameaça, e com a filha pequena no colo enquanto o agressor cortava seu cabelo, ela não reagiu. Depois disso, o homem ainda queimou o cabelo raspado. “O intuito dele era o de humilhar a mulher”, avaliou a policial. Depois disso, enquanto o homem saiu para trabalhar, a vítima fez a denúncia em uma delegacia da cidade, com o apoio de um parente. O acusado foi preso em flagrante no posto de gasolina em que trabalhava, e levado para presídio de Bom Despacho.
Os números mostram que não se trata de um caso isolado: nos últimos três anos, foram quase 388 mil ocorrências registradas por crimes relacionados à violência ligada ao gênero no estado: sexual, física, moral, psicológica e patrimonial. E o perigo é maior justamente na companhia de quem as mulheres deveriam se sentir seguras, já que 43% dos agressores são os próprios companheiros ou namorados das vítimas. Os dados fazem parte do Diagnóstico da Violência Doméstica e Familiar em Minas Gerais, relativo ao período de 2015/2016 e divulgado às vésperas do Dia Internacional da Mulher, no último 8 de março, pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.
“Primeiro ele corta o cabelo dela e depois, corta a cabeça. Não podemos esperar o fim da agressão, por isso é importante atentar para o que antecede a ela”, comentou a coordenadora da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Tetê Avelar. Ela afirma que a violência começa com pequenos atos, que muitas vezes são naturalizados pela sociedade. “Ele começa falando que a saia está muito curta, que não pode usar determinado batom, depois a agride e a violenta fisicamente. É preciso mostrar para as mulheres que esses primeiros comportamentos machistas já são violências contra elas”, alertou Tetê, advertindo sobre a necessidade do trabalho de prevenção à violência de gênero. (Com Mirna de Moura, estagiária sob supervisão do editor André Garcia)
Enquanto isso...
...Estudante cai do 2º andar de escola
Um estudante de 16 anos da Escola Estadual Presidente Dutra, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte, caiu do segundo andar do prédio durante o intervalo da aula e precisou ser socorrido às pressas. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, a queda foi acidental. O aluno estava sentado em uma mureta durante o recreio, quando se sentiu tonto. Os primeiros socorros foram prestados por funcionários. Em seguida, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados e socorreram a vítima, que foi levada para o Hospital João XXIII. De acordo com a secretaria, o adolescente sofreu um corte na cabeça, mas não teve fratura.
O marido, W.S.C., com quem ela tem duas filhas, fruto de cinco anos de relacionamento, foi preso em flagrante e deve responder por agressão e tortura. Além de cortar o cabelo da mulher diante de uma das meninas, de 1 ano e 2 meses, ele atacou a vítima a chutes e socos.
O caso ocorreu em Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas. Segundo a delegada Angelita de Oliveira, responsável pelo inquérito, o último ataque foi a gota d’água para que a mulher procurasse a polícia. “Ela já não podia sair de casa, não podia trabalhar, porque o marido não deixava. Relatou que sofria agressões constantes. Inclusive, no início deste ano, teve um braço quebrado por ele”, afirma a policial. Há alguns meses, o pai da vítima sofreu um acidente vascular cerebral e ela resolveu passar mais tempo na casa dele para ajudá-lo, o que teria intensificado as agressões.
Na manhã de quarta-feira, A.A.L. estava na casa em que vivia com o marido quando, segundo seu relato, foi surpreendida com chutes e socos. “Ele dizia para ela voltar para casa. Diante da recusa, o companheiro exigiu que ela se sentasse em uma cadeira e raspou todo o cabelo dela com uma máquina de barbear”, relatou a delegada. Sob ameaça, e com a filha pequena no colo enquanto o agressor cortava seu cabelo, ela não reagiu. Depois disso, o homem ainda queimou o cabelo raspado. “O intuito dele era o de humilhar a mulher”, avaliou a policial. Depois disso, enquanto o homem saiu para trabalhar, a vítima fez a denúncia em uma delegacia da cidade, com o apoio de um parente. O acusado foi preso em flagrante no posto de gasolina em que trabalhava, e levado para presídio de Bom Despacho.
Os números mostram que não se trata de um caso isolado: nos últimos três anos, foram quase 388 mil ocorrências registradas por crimes relacionados à violência ligada ao gênero no estado: sexual, física, moral, psicológica e patrimonial. E o perigo é maior justamente na companhia de quem as mulheres deveriam se sentir seguras, já que 43% dos agressores são os próprios companheiros ou namorados das vítimas. Os dados fazem parte do Diagnóstico da Violência Doméstica e Familiar em Minas Gerais, relativo ao período de 2015/2016 e divulgado às vésperas do Dia Internacional da Mulher, no último 8 de março, pela Secretaria de Estado de Segurança Pública.
“Primeiro ele corta o cabelo dela e depois, corta a cabeça. Não podemos esperar o fim da agressão, por isso é importante atentar para o que antecede a ela”, comentou a coordenadora da Rede Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Tetê Avelar. Ela afirma que a violência começa com pequenos atos, que muitas vezes são naturalizados pela sociedade. “Ele começa falando que a saia está muito curta, que não pode usar determinado batom, depois a agride e a violenta fisicamente. É preciso mostrar para as mulheres que esses primeiros comportamentos machistas já são violências contra elas”, alertou Tetê, advertindo sobre a necessidade do trabalho de prevenção à violência de gênero. (Com Mirna de Moura, estagiária sob supervisão do editor André Garcia)
Enquanto isso...
...Estudante cai do 2º andar de escola
Um estudante de 16 anos da Escola Estadual Presidente Dutra, no Bairro Horto, Região Leste de Belo Horizonte, caiu do segundo andar do prédio durante o intervalo da aula e precisou ser socorrido às pressas. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, a queda foi acidental. O aluno estava sentado em uma mureta durante o recreio, quando se sentiu tonto. Os primeiros socorros foram prestados por funcionários. Em seguida, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados e socorreram a vítima, que foi levada para o Hospital João XXIII. De acordo com a secretaria, o adolescente sofreu um corte na cabeça, mas não teve fratura.