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Moradores do interior de Minas falam sobre o medo de assaltos: "Estamos aterrorizados"Ladrões tentam furtar banco no Venda Nova, mesmo depois da abordagem de policiais militaresAssaltos a bancos levam pânico e viram desafio para pequenas cidades do interior de MinasPreso o quarto assaltante envolvido nas mortes de PM e de vigilante na Zona da MataNovas imagens mostram assassinato de vigilante em ação de quadrilha em Santa MargaridaApós assalto com dois mortos, moradores de Santa Margarida lamentam insegurançaBandidos explodem caixas eletrônicos em Grão Mogol pela segunda vez em 42 dias Quadrilha explode caixas eletrônicos em mais uma cidade mineira e dois são presosForça-tarefa para evitar assaltos e explosão de caixas reúne 13 instituiçõesDe modo geral, a intimidação é a regra dos bandidos.
MORTE E INDIGNAÇÃO Mas, após anos de registro desses crimes no estado e do esforço anunciado pelos órgãos de segurança em combatê-los, os casos não param de ser registrados. Na segunda-feira passada, um dos mais trágicos ocorreu em Santa Margarida, na Zona da Mata, onde quatro criminosos com extensos prontuários na polícia invadiram a cidade fortemente armados, fizeram dois rapazes reféns e assaltaram uma agência do Sicoob e outra do Banco do Brasil. Durante a ação, mataram pelas costas um segurança que não havia reagido.
A cidade contava com quatro militares até janeiro, quando o efetivo foi reforçado por mais três policiais. “É pouco”, garantiu um militar que foi ao município para a caçada aos criminosos. Três dos bandidos foram presos no dia do crime, cercado em uma pedreira. O quarto criminoso foi detido ontem, próximo a Muriaé. Na cidade ainda reinam o medo e a indignação, pois não foi a primeira vez que a agência bancária foi atacada por bandidos fortemente armados. Em 2016, um grupo colocou explosivos nos caixas eletrônicos, durante a madrugada, e levaram grande quantia em dinheiro.
“Esse tipo de crime, hoje chamado de novo cangaço, tem origem na ausência do estado no sentido de identificar e prender essas quadrilhas. Precisamos de um aparato mais qualificado de repressão. É preciso melhorar os serviços de inteligência e montar grupos especializados no interior. Além disso, é necessário uma atuação mais efetiva das agências de polícia, Ministério Público e outros órgãos”, defende o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG), sargento Marco Antônio Bahia.
Ele detalha as necessidades que enfrentam os militares no interior e diz que quem ‘paga o preço’ da falta de investimento, é a população e os militares que trabalham em desvantagem com as quadrilhas que chegam fortemente armadas e em grande número. “O efetivo nessas cidades é pequeno. Além disso, Minas é um estado muito grande, com muitas estradas que servem de rota de fuga e com divisas pouco vigiadas. O armamento das unidades melhorou, mas ainda está aquém para fazer uma contraofensiva aos criminosos. Com isso, eles chegam nos municípios, mapeiam a região e se sentem confortáveis para o ataque”, afirma presidente, que defende ainda mudanças na lei para punir com rigor os crimes. “A legislação é muito branda”, afirma.
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