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Estado de Minas

Parada do Orgulho LGBT em BH cobra políticas públicas e menos discriminação

Evento chegou à 20ª edição em Belo Horizonte. Prefeito Alexandre Kalil quer transformar parada na maior do país em quatro anos


postado em 17/07/2017 06:00 / atualizado em 17/07/2017 07:55

Ver galeria . 18 Fotos Jair Amaral/EM/DA Press
(foto: Jair Amaral/EM/DA Press )
A aprovação de uma lei que criminalize a homofobia, um conselho estadual para debater seus direitos, mais respeito e dignidade para a população gay. Esse foi o recado da 20ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte que, entre cores e brilho, reuniu quase 100 mil pessoas ontem nas ruas da capital, segundo os organizadores. O dia foi de festa, mas também de muitas cobranças por políticas públicas e por menos discriminação.

O direito de existir como é e ser vista foi o que levou a drag queen Bélgica, de 24 anos, à Praça da Estação, onde se concentrou a parada. É a segunda vez ela vai montada em uma manifestação pelos direitos dos LGBTs. “Viemos valorizar o público LGBT, mostrar essa diversidade que é tão maravilhosa. Esse é o momento em que as pessoas conseguem ser o que são sem medo, pois temos a parada como escudo”, afirmou Bélgica.

O estudante Matheus Andrade, de 18, conta que sofre preconceito na escola por ser gay. “Sempre tem aquelas piadinhas sem graça pelo fato de ser gay, bicha. Quero mostrar que eu existo e sou forte para suportar isso tudo”, afirmou. Matheus disse que a resistência e o combate ao preconceito são o caminho para buscar mais igualdade. “Acredito que um dia conquistaremos nosso lugar em uma sociedade sem opressão.”

INCLUSÃO Já que a parada é um lugar que não tem preconceitos, há espaço até mesmo para os heteros. É o caso da técnica de segurança do trabalho Carina Souza Pereira Nascimento, de 30, que resolveu participar por ter afinidade com o público LGBT e acreditar na igualdade de direitos para todos. “Eles precisam de políticas sociais inclusivas. As pessoas não podem ter preconceito, isso faz parte da sociedade, quem não gosta não pode estar no planeta, é todo mundo igual”, disse.

Para o coordenador da Parada, Azilton Viana, apesar das cores e purpurinas, o principal recado é mostrar a importância de um grupo que ainda precisa lutar por sua cidadania. “A alegria faz parte mas é um momento de reivindicação e visibilidade”, disse. O principal pleito, segundo Azilton, é pela aprovação de uma lei que criminalize a homofobia, o que há mais de 10 anos o grupo tenta e não consegue. “O Legislativo está em débito com a comunidade. Nossas derrotas são todas no Congresso, por conta do fundamentalismo religioso”, reclama.

No estado, o grupo espera que a proposta de criação do conselho estadual LGBT, enviada pelo governador Fernando Pimentel (PT) no mês passado à Assembleia, seja aprovada. “A gente ainda é considerado cidadão de segunda classe, como se quiséssemos destruir a família, há um discurso e ódio. Por isso nossa luta para garantir cidadania”, disse.

"Viemos valorizar o público LGBT, mostrar essa diversidade que é tão maravilhosa. Esse é o momento em que as pessoas conseguem ser o que são sem medo, pois temos a parada como escudo", Bélgica, drag queen, 24 anos (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
PROTESTO O grito de Fora Temer, incentivado pelos discursos políticos no palco, também tomou a Praça da Estação. Os discursos também foram pelas Diretas Já, em defesa da aprovação de uma emenda que permita eleição direta para presidente em caso de afastamento no último ano de mandato.

O prefeito Alexandre Kalil (PHS), primeiro em 20 anos a participar da Parada LGBT de BH, subiu ao palco e disse que pretende transformar o evento em BH no maior do país pelos direitos da população LGBT, dentro dos próximos quatro anos. O político, que classificou a discriminação de “ignorância”, prometeu participar da parada todos os anos.

Kalil, porém, não adiantou que políticas seu governo terá, além da criação de uma coordenadoria dos direitos da população LGBT. “Vim falar que essa gente não faz mal a ninguém, esse povo é bacana. Eu tenho na minha família, todo mundo tem, o que faz mal não é esse pessoal não, o que faz mal é roubar, é matar, é ser violento, nós temos que tratar e proteger. Agora qualquer debate político sobre o assunto tem que ser no fórum adequado. O prefeito tem a obrigação de proteger uma população que vem sendo machucada, discriminada por ignorância.”

O tema da parada deste ano foi “Família e direitos: nossa existência é singular, nossa resistência é plural”. Representando cada ano de mobilização, 20 drag queens se revezaram no palco, que animou a manifestação com 19 atrações. Da praça da Estação, o grupo desfilou pelas ruas de BH até a Praça Raul Soares, onde continuaram os shows. 


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