Parlamentares de Curvelo, na Região Central de Minas, farão levantamentos em campo para analisar o nível de poluição do Ribeirão Santo Antônio, que corta o município e deságua no Rio das Velhas. Desde o fim do mês passado, um grupo de três vereadores participam da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o contratado da administração municipal com a Copasa para o fornecimento de água e tratamento de esgoto na cidade.
Diante das denúncias de que a estação de tratamento de esgotos (ETE) da empresa tem lançado no curso de água resíduos sem os devidos cuidados, os vereadores de Curvelo, na totalidade, apoiaram a criação da comissão que apura as suspeitas de irregularidades, instalada em 27 de junho último. Nesta quarta-feira, o grupo fez sua quarta reunião.
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Seca e despejo ilegal de resíduos transformam afluente do Rio das Velhas em canal de esgotoComitê do Rio das Velhas mantém subcomitês na sua estruturaRevitalização do Rio das Velhas prevê investimento de R$ 50 milhões até 2020Em Minas Gerais, 622 municípios ainda não têm plano de saneamento e população fica exposta a perigosVazão do Rio das Velhas tem alta, mas segue em risco de entrar em estado de restrição de usoRio das Velhas está a dois dias de entrar em estado de restrição de usoEstiagem e consumo sugam o Rio das Velhas, que abastece a Grande BHDe acordo com o presidente da CPI de Curvelo, Luiz Paulo Guimarães (DEM), ofícios já encaminhados à empresa, órgãos ambientais e prefeituras vizinhas. Também foram realizados exames das águas do ribeirão, mas novos teste serão necessários.
Em 30 de junho, o Estado de Minas publicou matéria sobre a poluição do Santo Antônio, em que alerta sobre o ingresso de resíduos químicos de indústrias e pontos de comércio no esgoto doméstico e o volume 17 vezes menor do ribeirão, que de 500 litros por segundo passou a uma vazão de 30l/s, que resulta em uma devastação que praticamente tornou o afluente do Rio das Velhas um canal de dejetos.
A reportagem apurou que o despejo desse resíduo ocorre justamente no ponto da estação de tratamento de esgotos (ETE) de Curvelo, onde desemboca a tubulação do material tratado e devolvido ao leito. A ETE operada pela Copasa foi projetada para trabalhar com o volume normal do ribeirão, o que possibilitaria a dissolução dos lançamentos. Na ocasião, a companhia admitiu que o processo não estaca ocorrendo, devido à seca e à poluição que o Santo Antônio recebe clandestinamente em Curvelo.
A Copasa garantiu ainda que atendia a todos os parâmetros exigidos pela legislação ambiental.
Por meio de nota, a Copasa informou que não foi formalmente notificada da CPI. “Quaisquer esclarecimentos acerca do tema só podem ocorrer após notificação”, justificou..