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Estado de Minas

Vereadores de Curvelo apuram se falhas em tratamento de esgoto poluem afluente de Rio das Velhas

Ribeirão Santo Antônio, que corta a cidade na Região Central de Minas, apresenta alto índice de poluição na área de despejo de esgoto tratado. CPI do município apura se há irregularidades em prestação de serviço


postado em 19/07/2017 17:13

Manilha da concessionária de saneamento despeja volume quase três vezes maior que o do leito, que ganha espuma e mau cheiro(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Manilha da concessionária de saneamento despeja volume quase três vezes maior que o do leito, que ganha espuma e mau cheiro (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Parlamentares de Curvelo, na Região Central de Minas, farão levantamentos em campo para analisar o nível de poluição do Ribeirão Santo Antônio, que corta o município e deságua no Rio das Velhas. Desde o fim do mês passado, um grupo de três vereadores participam da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o contratado da administração municipal com a Copasa para o fornecimento de água e tratamento de esgoto na cidade.

Diante das denúncias de que a estação de tratamento de esgotos (ETE) da empresa tem lançado no curso de água resíduos sem os devidos cuidados, os vereadores de Curvelo, na totalidade, apoiaram a criação da comissão que apura as suspeitas de irregularidades, instalada em 27 de junho último. Nesta quarta-feira, o grupo fez sua quarta reunião.

No encontro, foi decidida a averiguação das condições do ribeirão ao longo de seu curso antes e depois da ETE. Serão realizadas ainda visitas às cidades mineiras que também instalaram CPIs para averiguação de acordo de prestação de serviços da Copasa, visando o funcionamento de suas estações de tratamento de esgoto.

De acordo com o presidente da CPI de Curvelo, Luiz Paulo Guimarães (DEM), ofícios já encaminhados à empresa, órgãos ambientais e prefeituras vizinhas. Também foram realizados exames das águas do ribeirão, mas novos teste serão necessários.

Em 30 de junho, o Estado de Minas publicou matéria sobre a poluição do Santo Antônio, em que alerta sobre o ingresso de resíduos químicos de indústrias e pontos de comércio no esgoto doméstico e o volume 17 vezes menor do ribeirão, que de 500 litros por segundo passou a uma vazão de 30l/s, que resulta em uma devastação que praticamente tornou o afluente do Rio das Velhas um canal de dejetos.

A reportagem apurou que o despejo desse resíduo ocorre justamente no ponto da estação de tratamento de esgotos (ETE) de Curvelo, onde desemboca a tubulação do material tratado e devolvido ao leito. A ETE operada pela Copasa foi projetada para trabalhar com o volume normal do ribeirão, o que possibilitaria a dissolução dos lançamentos. Na ocasião, a companhia admitiu que o processo não estaca ocorrendo, devido à seca e à poluição que o Santo Antônio recebe clandestinamente em Curvelo.

A Copasa garantiu ainda que atendia a todos os parâmetros exigidos pela legislação ambiental. Já ambientalistas e moradores da região desconfiam de que a ETE não esteja conseguindo tratar com eficiência os esgotos que recebe e os esteja despejando de forma a contaminar o ribeirão, apenas 23 dias depois de a concessionária de saneamento assinar um termo de compromisso pela revitalização do Rio das Velhas com órgãos ambientais, prefeituras e o comitê da bacia hidrográfica (CBH-Rio das Velhas). Duas ocorrências policias foram lavradas com essas denúncias.

Por meio de nota, a Copasa informou que não foi formalmente notificada da CPI. “Quaisquer esclarecimentos acerca do tema só podem ocorrer após notificação”, justificou.


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