A historiadora e professora Luana Tolentino, que é negra, foi vítima de preconceito racial nas ruas de Belo Horizonte. “Hoje uma senhora me parou na rua e perguntou se eu fazia faxina. Altiva e segura, respondi: Não. Faço mestrado. Sou professora. Da boca dela não ouvi mais nenhuma palavra. Acho que a incredulidade e o constrangimento impediram que ela dissesse qualquer coisa”, contou, em depoimento postado no Facebook, que até a tarde de ontem já havia sido compartilhado por aproximadamente 2 mil pessoas.
A professora afirmou que não se sentiu ofendida por ter sido confundida com uma faxineira – trabalho que já desempenhou na vida e com o qual pôde pagar o primeiro período da faculdade –, mas incomodada com o preconceito implícito na pergunta. “O que me deixa indignada e entristecida é perceber o quanto as pessoas são entorpecidas pela ideologia racista.
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CRÍTICAS Seu relato recebeu duras críticas online. Internautas a consideraram preconceituosa em relação a profissões como a de faxineira. “Meu questionamento é para romper com a ideologia racista de que tenhamos sempre que ocupar esses lugares. A senhora não me parou para perguntar se eu era jornalista ou engenheira”, rebateu a professora ao EM, ressaltando que já trabalhou como doméstica no passado.
A historiadora acredita que o racismo está inserido na sociedade e dificilmente será extinto “porque é institucional”. “É contra ele que devemos lutar”, defende.