Fique atento: criminosos em Belo Horizonte não só querem levar seu celular, mas roubá-lo a qualquer custo. É o que mostram as ocorrências policiais envolvendo roubos e furtos de aparelhos cada vez mais modernos, caros e expostos por seus donos. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que dos 13.516 registros em que celulares foram alvo de infratores, 63,5% deles (8.524) ocorreram com uso de violência ou grave ameaça, condições que configuram o crime de roubo. Já os furtos, quando a subtração ocorre sem essas condutas, somaram 4.992 casos. Um caso registrado na quarta-feira em Belo Horizonte alerta para o perigo: um homem foi agredido com socos e golpes de madeira durante um assalto, quando praticava corrida na Avenida dos Andradas, no Bairro Santa Tereza, Região Leste de Belo Horizonte. O crime ocorreu no início da tarde. Os agressores, que seriam adolescentes, fugiram levando o celular da vítima, um motorista que pediu para não ser identificado.
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MERCADO As investidas de bandidos envolvendo aparelhos celulares estão cada vez mais relacionadas ao seu valor de mercado. De acordo com o chefe da Sala de Imprensa da PM, major Flávio Santiago, depois do dinheiro em espécie, os aparelhos são os mais cobiçados pelos criminosos, por ser uma mercadoria de alta rentabilidade no mercado do crime. “Ele funciona como moeda de troca, tanto para alimentar o tráfico de drogas quanto o crime de receptação. Há uma rede organizada de pessoas que vendem mercadorias roubadas, bem como de pessoas que compram esses produtos de origem ilegal”, afirma o major. O policial chama a atenção para a responsabilidade dessa prática e alerta que quem compra mercadoria de roubo, vendida geralmente a preços muito abaixo dos valores de mercado, também pode responder pelo crime de receptação na modalidade culposa.
Santiago considera que o roubo de celular se sobressai em relação às ocorrências de furto porque muita gente anda pelas ruas com os aparelhos à mostra, acessando redes sociais ou em ligações telefônicas.
De acordo com o major, a PM realiza patrulhamento, inclusive com militares a pé, para coibir o crime e ainda para orientar pessoas quanto à necessidade de se prevenirem de roubos e furtos. O policiamento ocorre por toda a cidade, mas, segundo ele, se concentra em polos comerciais, em que há intensa movimentação de pessoas e, consequentemente, maior volume de aparelhos. Entre as dicas de segurança, ele diz que as pessoas devem evitar falar ao celular na rua, deixá-lo sobre a mesa em locais públicos, como restaurantes, e manter o aparelho nos bolsos da frente da calça ou dentro de bolsas, colocadas na frente do corpo. Dados da Sesp indicam que houve queda de 7,6% nos roubos de celular nos primeiros 4 meses do ano.
Sobre o caso de ontem na Avenida dos Andradas, o comandante da 20ª Companhia do 16º Batalhão, major Alisson Claudino Câmara, explica que um grupo de adolescentes que praticava assaltos na pista de caminhada já foi identificado e apreendido três vezes. Segundo ele, os casos anteriores se referiam a roubos de bicicletas. “Tivemos alguns casos que nos preocuparam e que tinham a mesma forma de atuação. Eles agrediam para depois roubar. Descobrimos onde moravam e até mesmo conseguimos recuperar algumas bicicletas e, por fim, erradicar esse tipo de crime”, afirma o major.