Com mais dois meses de inverno pela frente, a população deve redobrar os cuidados com as doenças respiratórias. Belo Horizonte e outras cidades de Minas têm registrado temperaturas mais baixas que nos últimos anos, o que leva médicos a alertar para problemas como gripe, resfriado, sinusite e bronquite, especialmente entre crianças e idosos. Quem tem doenças crônicas como asma e rinite alérgica também deve se cuidar para evitar piora. Só na capital, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu este ano quase 1 mil notificações relacionadas a quadros clínicos caracterizados por febre, tosse ou desconforto respiratório.
Leia Mais
Temperatura mínima sobe e frio dá um tempo em BHMassa de ar frio deve chegar a BH na noite desta quarta-feira, diz meteorologistaMassa de ar polar começa a atuar em Minas e Defesa Civil faz alerta de frioFrio pode levar temperatura para a casa dos 8 graus em Belo HorizonteSemana começa com frio em BH, mas temperaturas podem se elevar Belo Horizonte tem o inverno mais gelado desde 1961Minas já teve 10 surtos de síndrome gripal em 2017Domingo deve ser de clima seco com céu claro em BH“A nossa taxa de internação por causa de doenças relacionadas ao frio aumentam cerca de 80% neste período. As pessoas, principalmente idosos e crianças, ficam mais vulneráveis”, afirma. O médico lembra que o atual inverno tem apresentado temperaturas mais baixas que o comum para a capital mineira e dias com a umidade relativa do ar variável – com 6,1ºC marcados em 4 de julho, a capital mineira teve sua menor temperatura desde 1975. “O frio diminui a imunidade, que fica um pouco mais baixa, e deixa todos mais vulneráveis para contrair algum tipo de vírus.
Uma das medidas importantes de prevenção é a vacinação antigripal. Quanto mais pessoas forem vacinadas, dizem os especialistas, menos o vírus influenza será propagado e mais pessoas dos grupos prioritários e de risco, que podem ser afetados com maior gravidade, estarão protegidas. “Muitas pessoas acreditam que a vacina causa gripe, mas essa afirmação é falsa. É importante se vacinar todos os anos porque os vírus sofrem diversas mutações”, defende Marcos Aurélio Cota Júnior.
Secura A baixa umidade do ar também provoca problemas. Cota Júnior explica que o clima seco provoca desidratação e ressecamento das vias aéreas, afetando o sistema de defesa que evita a entrada de poeira e vírus. “O revestimento interno do nariz, dos olhos, da parte interna respiratória, fica ressecado, facilitando muito o surgimento de rinites, faringites, e até bronquites”, afirma. Fenômeno provocado pela baixa umidade relativa do ar, típica do inverno, a inversão térmica também agrava a situação – o ar frio, mais denso, é impedido de circular por uma camada de ar quente.
Nesses casos, é possível observar uma camada de poluentes que não conseguem se dispersar e formam uma nuvem de partículas.
As principais recomendações em dias secos é beber muito líquido. O médico Marcos Aurélio Cota Júnior também sugere que as pessoas evitem ficar em locais fechados, com aglomeração de pessoas, que não fumem, principalmente perto de crianças e idosos, e que façam manutenção nos aparelhos de ar-condicionado (veja quadro). Nos dias mais frios, usar lenços com álcool e separar copos e talheres em casa, por exemplo, também ajudam a não proliferar a doença. “Importante frisar que, caso a pessoa vá praticar esportes na academia, não deve deixar o agasalho em casa. As pessoas pensam que, como vão transpirar com a atividade, não precisam do agasalho.