Foi então que Iori saiu do carro para chamar a Polícia Militar. "Tirei fotos do meu carro, do autor e da placa do táxi dele. Porém, ele voltou com mais dois taxistas. Eles começaram a me dar chutes e pontapés. Onde eles puderam, eles me acertaram. Só pararam de bater depois que viram sangue no chão", relatou ele.
Após as agressões, o motorista do Uber contou que os três homens pegaram o seu celular - onde estavam os registros com fotos e da placa - e o quebraram no chão. Ainda insatisfeitos com o estrago, levaram o aparelho. "Foi tudo muito rápido. Quando eu vi, eles já haviam entrado no carro e fugido", lembrou.
Em seguida, a Polícia Militar foi chamada e Iori fez o Boletim de Ocorrência. "Estou revoltado. Eu estava trabalhando de forma honesta. Fui agredido de forma covarde. Fui ao hospital e estou com o olho muito inchado. Além do mais, tive prejuízo enorme com o meu carro, que está amassado e com diversos arranhões", contou. Iori alega que nenhum apoio foi dado pelo shopping e nem pelas cooperativas de táxi.
Motorista do Uber há 9 meses, Iori conta que não é a primeira vez que foi alvo de taxistas. "Em 25 de dezembro do ano passado, eu estava fazendo várias corridas na região da Savassi. Quando passei pela Avenida do Contorno, próximo ao Pátio Savassi, jogaram uma pedra no meu carro. Sorte que não me acertou", lembrou.
Ele afirma que, após a agressão, acionou o aplicativo e um advogado foi indicado pela empresa para dar prosseguimento ao caso. A versão relatada pelo motorista foi confirmada pelo Estado de Minas com a Polícia Militar (PM). A ocorrência foi encerrada na 4ª Delegacia da Polícia Civil de Contagem e o caso está sendo investigado pela corporação. Até o momento, ninguém foi preso.
A empresa Uber se manifestou por meio de nota e considera "inaceitável" o que aconteceu. "Acreditamos que qualquer conflito deve ser administrado pelo debate de ideias entre todas as partes. Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente", afirma. A empresa orienta que motoristas registrem o BO em caso de violência. "Orientamos os motoristas a contatar imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados. É importante também fazer um Boletim de Ocorrência para que os órgãos competentes tenham ciência do ocorrido e possam tomar as medidas cabíveis."
O ItaúPower Shopping, por meio de nota, lamentou a agressão sofrida pelo motorista do aplicativo Uber na noite deste sábado no estacionamento do WallMart, sobre a qual o ItaúPower Shopping não tem gestão. "Mesmo assim, o shopping deslocou imediatamente sua equipe de brigadistas ao local para prestar apoio e os primeiros socorros à vítima."
O ItaúPower Shopping esclareceu que é responsável "por gerenciar a segurança de seus clientes e lojistas no espaço interno do mall e também no estacionamento coberto, este sim pertencente ao shopping".