Belo Horizonte entra em estado de alerta por causa da baixa umidade relativa do ar. Os índices previstos para esta semana devem ficar em torno de 20%, o que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), eleva os riscos de problemas. No interior de Minas Gerais, algumas cidades na Região Noroeste podem ter situação ainda pior. O índice deve ficar próximo a 12%, mesmo registrado em desertos. Alguns cuidados devem ser tomados para evitar danos à saúde. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) emitiu um alerta para BH.
O clima seco já predomina na capital mineira desde pelo menos o fim de semana. No sábado e domingo, o índice ficou em 24% na Pampulha. No interior, João Pinheiro, na Região Noroeste, e Espinosa, no Norte do estado, os índices ficaram em 14%. A OMS considera o índice entre 21% e 30% como estado de atenção; entre 12% e 20%, de alerta, e abaixo de 12%, estado de emergência. O índice considerado ideal é 60%.
De acordo com o meteorologista Luiz Ladeia, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma massa de ar seco que está sobre Minas Gerais vai intensificar a situação. “Tem um aviso em vigor e a tendência é se manter na faixa de 20% durante a tarde. De manhã, aumenta um pouco, e deve ficar em 70%, mas vai caindo no decorrer do dia, por causa da perda de umidade”, explicou o especialista.
Um dos fatores que derrubam a umidade do ar é a falta de chuva. “BH tem média de 15,7 milímetros de precipitação em julho. Mas até agora está em zero. Apesar de ser pouca nesta época, a chuva dá uma aliviada”, comentou Ladeia.
No interior de Minas Gerais a situação é ainda pior. Nas cidades do Triângulo Mineiro e no Noroeste, os índices podem ficar abaixo dos 15%. “A condição é totalmente adversa para a vida humana. Se a umidade cair a menos de 12, é praticamente o clima de deserto”, explicou o meteorologista. A temperatura deve ficar em torno de 32ºC no Noroeste e no Norte do Estado.
Riscos
A situação vivida em Belo Horizonte também aumenta os riscos de queimadas, como aconteceu na Serra do Curral, na Região Centro-Sul da cidade, nesse domingo. As chamas destruíram aproximadamente 4 mil metros quadrados de vegetação nas imediações dos bairros Sion e Belvedere. A suspeita é de que o fogo tenha sido criminoso. “Temos a predominância de ventos fortes. Por exemplo, nesta madrugada, chegou a 40 quilômetros por hora. Isso aumenta as condições de queimadas”, concluiu Ladeia.
Outra preocupação é com as doenças respiratórias. Em Minas Gerais até 21 de julho, foram registrados 201 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo vírus Influenza. Do total, 30 pessoas morreram por causa de complicações. Já foram registrados 10 surtos de síndrome gripal, sendo um em Belo Horizonte.
(RG)