Jornal Estado de Minas

PBH espera contratação de empresa para começar o manejo das capivaras na Pampulha

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente anunciou que a conclusão do projeto de manejo das capivaras da orla da Lagoa da Pampulha depende da contratação da empresa que será responsável pelo serviço. O plano foi dividido em três etapas: monitoramento e censo dos animais, cirurgia de castração, monitoramento e pós-cirúrgico, e tem até dois anos para ser colocado em prática, segundo acordo firmado entre a secretaria e o Ministério Público.

“Dependemos agora do empreendimento responsável pela medida compensatória conseguir localizar uma empresa que tenha capacidade de fazer o manejo das capivaras. É uma coisa inédita, não é uma matéria simples, e estamos acompanhando de perto. Estamos procedendo com a maior cautela possível já que queremos fazer tudo dentro da regularidade”, disse ainda o secretário Mário Werneck.

A prefeitura estima que de 85 a 100 capivaras estejam vivendo na orla da Lagoa da Pampulha. A secretaria de Meio Ambiente informou que tem realizado visitas diurnas e noturnas à orla para monitoramento dos grupos de roedores, já que os animais são territorialistas. 


Castração 
Uma cirurgia de castração piloto foi realizada em uma das capivaras para servir de modelo para os demais roedores que passarão pelo procedimento. Para isso, a cirurgia em uma fêmea foi fotografada e filmada. “Essa cirurgia foi considerada um sucesso pelo veterinário responsável e pelos técnicos que a acompanharam”, concluiu o secretário.


Quatro anos de polêmica

2013 – A polêmica em torno das capivaras da Pampulha teve início em julho, depois que os animais começaram a atacar os jardins do paisagista Burle Marx, na orla da lagoa.

O então vice-prefeito, Délio Malheiros, propôs ao Ibama um plano de manejo para a retirada dos roedores

2014 – Empresa responsável pela captura dos animais só foi contratada em março. Somente depois de ajustes impostos pelo Ibama a PBH começou o isolamento, em setembro

2014 – Em novembro, exames realizados nas capivaras capturadas detectaram a contaminação pelo causador da febre maculosa, o que acendeu o alerta entre moradores

2015 – Em março, denúncia de maus-tratos contra os animais que estavam isolados levou o MP a pedir a soltura dos roedores. Dos 52 capturados, 20 morreram. A Justiça negou

2016 – Após um ano de discussão, a Justiça Federal deferiu pedido do Ministério Público e determinou a soltura dos animais em 4 de março. Apenas 14 sobreviveram

2016 – A morte de um garoto de 10 anos contaminado por febre maculosa reacendeu o alerta

2016 – A pedido da Associação de Moradores do Bairro Bandeirantes, o desembargador federal Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou que os animais fossem novamente isolados, mas não estipulou prazo

2016 – Como a decisão não foi cumprida, em 11 de novembro o desembargador determinou que o isolamento ocorresse em cinco dias

2016 – Prazo para isolamento das capivaras se encerrou em 24 de novembro

2017 - Foi assinado termo de ajustamento de conduta (TAC) entre a Secretaria de Meio Ambiente e o Ministério Público, a fim de encerrar a controvérsia envolvendo as capivaras

 

(RG) 

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