Trocar 182 mil pontos de luz que usam lâmpadas de vapor de sódio pela tecnologia de LED em três anos e diminuir o nível de falha no sistema de 6% para 1%. Essas são as principais obrigações da Belo Horizonte Iluminação Pública (BHIP), consórcio de quatro empresas que será o responsável por operar as lâmpadas públicas da cidade nos próximos 20 anos.
Os trabalhos do contrato, que tem previsão de R$ 1 bilhão a serem investidos entre aportes públicos e privados nos postes, luminárias, refletores e demais pontos de luz de BH, vão começar pelas regiões mais pobres da capital, especialmente nas áreas com maior concentração de crimes contra o patrimônio, uma determinação do prefeito Alexandre Kalil (PHS).
Entre os desafios, o destaque é o papel que a empresa terá para mediar a relação entre a iluminação pública e a arborização da cidade, já que as novas lâmpadas deverão seguir um padrão de eficiência com base em uma norma técnica e algumas árvores poderão atrapalhar esses parâmetros. Nesse caso, terão indicação de poda, que só poderá ser feita pela Cemig ou pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Treze locais turísticos de BH também terão iluminação especial.
O documento estabelece que a BHIP tem até 22 de outubro para iniciar a troca das lâmpadas pela tecnologia mais moderna, que vai garantir, ao fim da substituição, em 2020, 45% de economia na conta de luz da cidade, que hoje é de R$ 55 milhões por ano e deverá cair, no mínimo, para R$ 30 milhões.
A boa notícia é que áreas mais vulneráveis serão atendidas primeiro, segundo o presidente da BHIP, Marcelo Bruzzi, e a manutenção das lâmpadas atuais com problema será feita em paralelo à substituição pelas novas. “Segue uma premissa que foi colocada pelo município de iniciar pelas áreas com menor poder aquisitivo e maior índice de criminalidade. Nós vamos (começar) em regiões como Barreiro, Venda Nova, Norte e vir fechando até a Região Central de Belo Horizonte”, afirma o gestor do consórcio.
Um dos principais desafios que a nova empresa deverá enfrentar é a eliminação de anteparos para que a nova iluminação siga as instruções previstas na norma NBR 5101 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que dispõe sobre a eficiência da iluminação. Um problema que a empresa terá para garantir essa eficiência é a presença de galhos de árvores tampando os postes.
De um lado, a situação gera reclamação pela escuridão e demora na poda, que provoca insegurança. De outro, parte da população diz que Cemig e Sudecap agem sem observar critérios que respeitem o meio ambiente e, portanto, criticam as podas. “Quando há qualquer anteparo, isso prejudica o atendimento à norma. No caso de arborização, o que estamos fazendo é fechando um convênio para definir exatamente o procedimento em termos de atendimento a prazos em relação a poda de árvores”, diz Bruzzi.
Uma novidade importante, que promete agilizar o atendimento a problemas com a iluminação, é a mudança dos canais de contato para informar os transtornos. A PBH e a BHIP acertaram um prazo de três meses para que o telefone 156 da prefeitura seja descontinuado para os atendimentos específicos com a iluminação pública.
Já estão valendo os três novos canais disponibilizados pela BHIP e a partir de outubro eles serão as únicas possibilidades (veja quadro). Outra situação que promete trazer mais qualidade a todo o sistema é a implantação, dentre os 182 mil novos pontos de LED, de 32 mil unidades em que o controle poderá ser feito a distância, por meio de telegestão. Esses pontos estarão em vias de fluxo mais intenso e com maior velocidade.
Entre as obrigações da empresa também se destaca a implantação de uma iluminação considerada de relevância em 13 pontos da cidade considerados de maior potencial turístico . Eles estão distribuídos na Pampulha e na Região Centro-Sul. Segundo Marcelo Bruzzi, esses projetos têm a previsão de destacar fachadas e realçar monumentos.
Cidade mais clara
Confira o projeto e obrigações da BHIP
Belo Horizonte Iluminação Pública (BHIP)
» Consórcio que uniu as empresas Barbosa Mello Participações e Investimentos, Remo Engenharia, Planova Planejamento e Construções e Selt Engenharia e será responsável pela iluminação pública de BH entre junho de 2017 e junho de 2037
» Em três anos, 182.257 pontos de luz da cidade que funcionam com vapor de sódio serão trocados por LED
» Do total, 32.800 terão tecnologia para serem operados com telegestão
» Economia na conta da Prefeitura de BH deverá atingir 45% após a troca da tecnologia, caindo de R$ 55 milhões por ano para R$ 30 milhões a partir de 2021
» 22 equipes farão a manutenção dos atuais problemas
» 14 equipes farão a modernização, trocando as lâmpadas de vapor de sódio para LED
13 pontos em BH receberão destaque na iluminação
» Orla da Lagoa da Pampulha
» Casa do Baile
» Museu de Arte da Pampulha
» Praça Dalva Simão
» Mirante das Mangabeiras
» Praça do Papa
» Parque Municipal
» Praça da Liberdade
» Entorno da Praça da Liberdade
» Praça Duque de Caxias
» Viaduto Santa Tereza
» Praça da Estação
» Museu de Artes e Ofícios
O contrato para os próximos 20 anos prevê ainda
» Ampliação em até 3 mil pontos de luz
» A incorporação de até 6 mil pontos de luz
» O remanejamento de até 1 mil pontos de luz
Reclamações sobre problemas na iluminação pública
Em três meses sai de cena o 156 da PBH e entram três canais da BHIP:
Telefone 0800-941-6789
Site www.bhip.com.br
Aplicativo para smartphone e tablet “Cidade Iluminada”, disponível para Android e iOS