Policiais civis do Sul de Minas estiveram nesta quinta-feira em Arceburgo, na região, a 465 quilômetros da capital, apurando denúncias de que um monsenhor de 65 anos abusou sexualmente de uma coroinha, de 14. Policiais militares foram informados de que um vídeo em que a adolescente aparece seminua beijando o padre estava circulando na cidade e, ao conversarem com ela, o fato foi confirmado.
Desde o domingo, o monsenhor não é visto no município e, segundo informações na paróquia, ele estaria em retiro na cidade paulista de Brodowski, e a previsão era de que retornaria às 13h de hoje. Informações não confirmadas, dão conta de que ele fez contato com a polícia para se apresentar, mas como o advogado lhe cobrou R$ 30 mil pela defesa, adiou a ida a uma delegacia da Polícia Civil.
Depois do registro do boletim de ocorrência eletrônico, na noite da quinta-feira, pelos PMs de Arceburgo, duas equipes estiveram nesta quinta-feira na cidade, onde passaram o dia ouvindo a garota, a mãe dela e testemunhas. A delegada Renata Mattoso, de Monte Santo, município vizinho, está à frente das apurações. Ela recebeu reforço de uma equipe de São Sebastião do Paraíso, onde fica a delegacia regional.
Além de colher depoimentos, os policiais civis estiveram na paróquia, onde recolheram pertences do monsenhor, incluindo medicamentos. Pois, de acordo com informações da vítima, por duas vezes o padre lhe deu um comprimido rosa, que a deixou sem forças, para então cometer os abusos. Os policiais apuraram que pelo por duas vezes o monsenhor viajou com a adolescente para a cidade paulista de Mococa, onde comprou lingerie para ela usar.
Vídeo registra imagens de padre e a garota na cama
O vídeo em que ele aparece acariciando a garota é de março deste ano. Nas imagens, a menina é vista da cintura para cima, sem blusa e os dois se beijam na boca. Foi a adolescente que teve a iniciativa de fazer a filmagem, depois de orientada por um outro coroinha, a quem ela contou o que vinha ocorrendo.
A partir dos levantamentos a partir do depoimento e a comprovação de que o padre usou de medicamento para dopar a menina, ele pode ser enquadrado em crime de estupro de vulnerável. Já, se confirmado que era uma relação consensual, o religioso pode responder por crime contra a dignidade sexual. A Diocese de Guaxupé foi procurada, mas ninguém atendeu ao telefone. O padre também não atendeu o seu celular. Exame de corpo de delito da garota vai apontar se houve conjunção carnal.