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Até domingo, moradores e visitantes poderão participar da festa de Santana, uma tradição no distrito de Chapada. Amanhã à noite haverá missa e carreata e no domingo, dia da festa, missa solene às 12h, seguindo-se a procissão (às 13h).
HISTÓRIA Quem chega ao distrito de Chapada pode ler no frontispício, sobre a porta principal da igreja, a data 1883, gravada em pedra-sabão. Pesquisa do professor de história da arte e iconografia Alex Bohrer, autor do livro Igrejas e Capelas – Ouro Preto, a A Capela de Santana tem arquitetura simples, com uma pequena nave, uma capela-mor e telhado de duas águas. Escreveu o especialista: “Chama atenção na fachada principal a torre sineira desprendida da edificação, à direita, com telhadinho piramidal, e a curiosíssima portada em pedra-sabão. Mesclando concepções populares, técnicas e simbologia religiosa, esta portada, executada em 1883, é fruto da fé de esmoleres.
A pesquisa mostra ainda que a capela é “herdeira da primeira arquitetura religiosa implantada pelos exploradores pioneiros, remanescente importante do patrimônio histórico edificado do atual município de Ouro Preto”. E mais: “Antigas estradas ou vias de acesso à sede colonial mineira cruzavam estas paragens. O lugarejo se encontra a poucos quilômetros de algumas dessas estradas principais, cujo entroncamento dava início aos afamados caminho novo e caminho velho, pontos de convergência das estradas reais em Minas. Nas proximidades da Chapada ainda existem vestígios desses caminhos, com algumas pontes e outros vestígios”.
ESMOLERES A inscrição central tem gravado, em latim, Anno 1883 por as Santana esmolas– o que diz respeito à ação dos esmoleres, pessoas que saíam, com oratório, pedindo donativos para construção de igrejas. Mais abaixo, em meio a ornatos variados, se encontra uma lança circundada, pelo lado direito, por um cálice, e, pelo lado esquerdo, por um coração. A simbologia é clara e não demanda maior erudição: o cálice representa o sangue de Cristo, a lança significa a traspassação, que fez o sangue jorrar na cruz, e o coração, ferido aqui por um cutelo, representa o martírio”..