Jornal Estado de Minas

PBH dá ultimato a 576 camelôs que não aceitaram ir para shoppings populares

A Prefeitura de Belo Horizonte deu nesta segunda-feira um ultimato aos camelôs que trabalhavam no Centro da cidade e ainda não se cadastraram para ocupar vagas em shoppings populares. A administração municipal informou que os 576 dos 1.134 ambulantes que não se manifestaram só têm até o dia 21 de agosto para fazê-lo. Caso contrário, perderão direito aos postos. A estratégia para retirar camelôs do Centro foi um dos assuntos de coletiva de imprensa de secretários na manhã desta segunda-feira para apresentar balanço do primeiro semestre da gestão de Alexandre Kalil. Veja quais foram os dados apresentados nas áreas da saúde, segurança, e assistência social.

Segundo a secretária de Serviços Urbanos, Maria Caldas, cerca de 300 camelôs já estão trabalhando nas bancas de shoppings. Ela avisou que os vendedores que se formalizaram e ainda não começaram as atividades nos centros comerciais têm até esta sexta-feira para confirmar o interesse pelo espaço. Quem não comparecer ao posto fixado pela prefeitura dentro do Shopping Uai não será excluído, mas irá para o fim da fila em novos sorteios das vagas remanescentes.



Antes de sortear as vagas que sobraram, a secretária afirmou que vai remanejar as pessoas dentro do próprio shopping e entre os estabelecimentos. "Tem gente no segundo andar que quer ir para o primeiro, por exemplo. Também há pessoas que estão no Centro e querem ir para Venda Nova", exemplificou. "Na sequência, vamos entrar com sorteio daquelas pessoas que não estão no cadastro, mas afirmam ser camelôs. A partir do dia 7, os que comprovarem poderão entrar no programa" finalizou. 

Deficientes  Segundo balanço apresentado em coletiva, ainda há 151 deficientes trabalhando como camelôs nas ruas do Hipercentro de BH. É permitido que eles atuem nas ruas, desde que estejam à frente da banca. "Há camelôs que usam os deficientes para permanecer nas ruas vendendo", justificou Maria.
Como têm necessidades especiais, suas questões serão tratadas separadamente e a mudança deles para os shoppings populares deve ocorrer no próximo semestre.

"A fiscalização foi orientada a contribuir com eles quando precisarem de sair por algum motivo. A fiscalização vai tomar conta do que é deles. Eles podem vender o que podem transportar. Nesse período, eles ficam com uma banca de no máximo 80 centímetros, não mais que isso", contou a secretária. Para atender aos excepcionais, a prefeitura se incumbiu de desenvolver um mobiliário próprio com as particularidades de cada deficiência, para reduzir as dificuldades de acesso. 


Venda Nova
Maria Caldas informou ainda que operação semelhante à feita no Centro ocorrerá em Venda Nova ainda este ano. "Estamos planejando uma operação em Venda Nova neste segundo semestre. Vai ser exatamente igual à do Centro.

Primeiro, a gente entende o público-alvo e começa a abordá-lo para cadastramento. A ação só começa quando tivermos condição de oferecer uma alternativa à rua", disse Maria Caldas.

A secretária reconheceu que há riscos de a nova abordagem enfrentar resistência, como no Centro, mas minimizou as reações. "A confusão, perto do que poderia ser, não foi nada. Trata-se de um grupo de pessoas que se recusam a mudar de situação, não querem sair da rua. Parte do grupo é formada por camelos há 30 anos. Eles resistem a políticas públicas. Esperamos que haja menos resistência, porque agora está claro que o município não vai tolerar esse tipo de atividade", completou.

 

* Estagiária sob supervisão de André Garcia 

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