A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) lançou duas licitações para conter enchentes nas avenidas Tereza Cristina e Cristiano Machado. As obras somam mais de R$ 258 milhões, recursos já assegurados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A abertura das propostas das empresas interessadas vai acontecer em setembro.
Apesar de muito esperadas pela população, as intervenções para a criação de uma bacia de detenção de cheias no Bairro das Indústrias e a ampliação da capacidade dos ribeirões do Onça e da Pampulha, nos limites das regiões Nordeste e Norte da cidade, não serão intervenções fáceis e prometem durar até três anos. Esse é o caso das modificações nos ribeirões do Onça e da Pampulha, que estão divididas em dois lotes e estão previstas para reduzir o risco de enchentes na Avenida Cristiano Machado e nos bairros Belmonte, Ouro Minas, Ribeiro de Abreu, Novo Aarão Reis e adjacências.
A previsão da Secretaria Municipal de Obras é que apenas o primeiro lote dessa obra dure 1.020 dias, no que a engenharia chama de canalização dos dois ribeirões em parede diafragma. Já o segundo lote, que é a canalização em canal convencional, está prevista para durar 300 dias.
A Secretaria de Obras sustenta que essas duas etapas da intervenção nos ribeirões da Pampulha e do Onça vão beneficiar 145 mil pessoas. Além disso, vão “reduzir os prejuízos e os transtornos causados com o alagamento e interdição da Avenida Cristiano Machado, principal via de ligação da Região Norte da cidade e acesso ao Centro Administrativo do Governo do Estado de Minas Gerais e ao Aeroporto Internacional de Confins, por onde circulam mais de 135.000 veículos por dia”, diz a pasta, em nota. Os dois lotes somam intervenções na ordem de R$ 226 milhões.
Outro problema que será atacado por meio da segunda licitação são os alagamentos constantes da Avenida Tereza Cristina, trecho que divide o Bairro das Indústrias, na Região do Barreiro, e o bairro Vista Alegre, na Região Oeste, por conta das cheias do Ribeirão Arrudas. Nesse caso, a licitação prevê 540 dias de obras após a assinatura da ordem de serviços, o que equivale a praticamente um ano e meio. A obra prevista é a instalação de uma bacia que vai receber água durante os períodos de chuva intensa e liberar à medida que o Ribeirão Arrudas estiver com a capacidade suficiente para receber o excesso.
A obra será feita ao longo do curso d'água, entre as ruas José Carlos Mata Machado e Vasco de Azevedo, no Bairro das Indústrias. Segundo a Secretaria de Obras, essa intervenção integra o programa Reestruturação e Revitalização Ambiental dos Córregos da Bacia do Ribeirão Arrudas, que também prevê outras ações. Entre elas estão a construção do piscinão do Calafate, outra bacia de cheias que ainda depende da alocação de recursos. No caso do Bairro das Indústrias, a bacia terá a capacidade para 120 mil metros cúbicos de água e não terá um nível de água em seu interior, se mantendo o tempo todo seca e recebendo água apenas no período chuvoso. Essa licitação prevê investimentos do poder público de R$ 32 milhões.