As águas vão rolar no Chafariz dos Contos, no Centro Histórico de Ouro Preto, na Região Central de Minas. Depois de mais de 20 anos no seco, e com muitos problemas na preservação, o equipamento do século 18, usado originalmente para abastecimento público voltará à cena barroca com a mesma serventia e, melhor, restaurado. Segundo o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni Moreira, os recursos de R$ 52 mil para a obra são do Fundo Municipal do Patrimônio e a expectativa é de que tudo fique pronto no fim de outubro ou início de novembro.
“A água do chafariz será potável, então própria para o consumo, e representará um atrativo a mais para moradores e visitantes”, afirma Zaqueu. Ele destaca a importância do monumento construído em 1745 para Ouro Preto, cidade que é Patrimônio da Humanidade, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e tem a região central tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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SEM ÁGUA O Chafariz dos Contos é considerado o mais importante de Ouro Preto.
O conjunto de 22 chafarizes foi restaurado com Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do governo federal. A maioria foi construída entre 1740 e 1760, época de grandes investimentos em obras públicas na então capital da Capitania de Minas Gerais, chamada de Vila Rica. O responsável pela construção dos chafarizes era o Senado da Câmara, que publicava editais de arrematação e contratava artífices para trabalhar sob a orientação de um risco, como era chamado o projeto. No período colonial, o material preferencialmente empregado nos tanques, ornatos e muros eram rochas locais, como o itacolomi ou a canga, sendo que mais tarde, novos materiais foram introduzidos, como o ferro fundido..