No próximo dia 17, dedicado ao Patrimônio Histórico Nacional, Ouro Preto terá de volta um monumento com partes dos séculos 19 e 20. Depois de ausente da paisagem barroca, vítima de dois adolescentes que quebraram as laterais, o Cruzeiro da Barra, em pedra-sabão e com quatro metros de altura em sua totalidade, poderá ser contemplado por moradores e visitantes, depois de restaurado. Na cidade, este mês é dedicado ao patrimônio, com uma série de atividades culturais.
Segundo o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni Moreira, o Cruzeiro da Barra tem grande representatividade para o município, reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade. No local, ficava a Coluna Saldanha Marinho, primeiro monumento em homenagem aos Inconfidentes e atualmente instalado na Praça Cezário Alvim ou Praça da Estação.
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Para entender mais sobre a história de Ouro Preto, cujo Centro Histórico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é importante lembrar que a coluna Saldanha Marinho foi erguida há 150 anos na Praça Tiradentes. Trata-se de um símbolo da Inconfidência Mineira que homenageia Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o Tiradentes, e os demais integrantes do movimento que tentou separar o Brasil de Portugal.
Construída em pedra de cantaria, com seis metros de altura, e batizada com o nome do então presidente da província de Minas Gerais, a coluna tem trajetória peculiar, que alterna transferências de local com o sumiço que intrigou, durante décadas, moradores e estudiosos. Só em Belo Horizonte, ela ficou jogada num depósito por quase quatro décadas. Desde 2009, está na Praça da Estação.
Dia do patrimônio
O dia 17 de agosto, comemorado nacionalmente, terá ações em várias capitais, incluindo Belo Horizonte. A data é também uma homenagem ao belo-horizontino Rodrigo Melo Franco de Andrade. Advogado (1898-1969), jornalista, escritor e primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Rodrigo Melo Franco foi contemporâneo de grandes nomes do cenário nacional, como Cândido Portinari, Manuel Bandeira e Mário de Andrade, redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, chefe de gabinete de Francisco Campos, no Ministério da Educação e Saúde Pública, criado em 1930, no governo Getúlio Vargas.
Durante a gestão de Gustavo Capanema no Ministério (1934-1945), Rodrigo participou do grupo de artistas e intelectuais modernistas, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil e criação do Iphan em 1937, tarefa que desempenhou até 1967.
Caeté recebe salão do turismo religioso
No período de 1º a 3 de setembro, será realizado na Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o 2º Salão Nacional do Turismo Religioso, como parte da programação dos 250 anos de romaria ao topo do maciço, onde se encontra a ermida com a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade. O local é ponto de partida do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), que vai até Aparecida (SP). Na programação, conferências, oficinas e atividades temáticas sobre a rota. Inscrições e informações: www.santuarionsdapiedade. org.br ou (31) 3651-6335.
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