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Estado de Minas

Rio das Velhas está a dois dias de entrar em estado de restrição de uso

Responsável por abastecer cerca de 60% da Grande BH, curso d'água está a dois dias de atingir marca que determina limites para a captação em seu leito. Para comitê, quadro é gravíssimo


postado em 09/08/2017 06:00 / atualizado em 09/08/2017 14:03

Retrato da escassez, bancos de areia avançam sobre o leito em Nova Lima, próximo de onde a Copasa faz captação para a região metropolitana(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Retrato da escassez, bancos de areia avançam sobre o leito em Nova Lima, próximo de onde a Copasa faz captação para a região metropolitana (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O início do período de seca está sendo crítico para o Rio das Velhas, que abastece cerca de 60% da população da Grande BH, por meio da captação na estação de tratamento de água em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima. O manancial está com a vazão abaixo de 10,4 metros cúbicos por segundo (m3/s)  há cinco dias. Ontem, igualou sua menor marca do ano, 8,85 m3/s, segundo a Copasa. Se continuar neste patamar por mais dois dias, estará configurada a situação de escassez de água. O comitê da bacia hidrográfica (CBH Velhas) afirma que a situação é de alerta e já estuda medidas para enfrentar o período de estiagem.

A vazão do Rio das Velhas está baixa há pelo menos 30 dias. Em 8 de julho, a vazão estava em 11,3 m3/s. Chegou a subir para 12,8 m3/s oito dias depois, mas desde 26 de julho não supera os 10,6 m3/s. Por duas vezes, atingiu a marca de 8,85 m3/s, a menor do ano. Mas são os dados dos últimos cinco dias que preocupam. Se a vazão abaixo de 10 m3/s se mantiver por sete dias consecutivos, o curso d’água entra em estado de restrição de uso.

O presidente do CBH Velhas, Marcus Vinícius Polignano, diz que a situação é crítica. “É extremamente preocupante. Queremos dar um grito de alerta para a população, pois o Rio das Velhas já entrou em alerta. Está com uma vazão abaixo daquilo que se poderia tirar. Isso significa que o rio está em escassez grave”, afirmou. Polignano explicou ainda que a Copasa retira em torno de 6,5 m3/s do Rio das Velhas para atender à Grande BH. Considerada a vazão de ontem, sobrariam apenas 2,35 m3/s para o rio continuar a correr.

Em sua edição da última sexta-feira, o Estado de Minas mostrou como a seca vem prejudicando o Rio das Velhas em cidades da Grande BH. A estiagem dos últimos anos ajudou a reduzir bastante o volume no leito. Em 2014, considerado o pior ano de escassez de água, o volume de chuva foi de 546 milímetros (mm). Em 2015, ficou em 798mm. Em 2016, 695mm. De janeiro até esta terça-feira, a quantidade de precipitação foi de apenas 529,35mm.

O comitê da bacia pretende anunciar medidas nas próximas semanas para enfrentar esse período de seca. “Será uma série de providências para fazer uma política de suporte e tentar dar uma sobrevida ao rio. Já mostramos a situação de sofrimento que o rio está vivendo e isso requer ajuda de todos usuários, desde empresas até a população. Tem que haver um consumo mais sustentável, porque vamos passar por uma fase crítica pelo menos até novembro, que é quando há previsão de chuva. Temos três meses pela frente e nosso rio está em um estado crítico. Acende todos os sinais possíveis de alerta sobre a gravidade da situação que estamos vivendo”, advertiu Polignano.

Por meio de nota, a Copasa informou que a vazão mínima do Rio das Velhas está sendo monitorada pelo grupo Convazão, que é coordenado pela companhia e composto por representantes da Cemig, Anglo Gold e comitê da bacia. “O sistema de abastecimento de água integrado da Região Metropolitana de Belo Horizonte abrange 21 dos 31 municípios atendidos pela Copasa na Grande BH e é constituído de dois grandes sistemas produtores: o Sistema da Bacia do Rio das Velhas e o Sistema da Bacia do Rio Paraopeba (captação do Rio Paraopeba e reservatórios Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores)”, informou.

Ainda segundo a Companhia, o sistema integrado possibilita a transferência de água tratada entre os sistemas Rio das Velhas e Rio Paraopeba. “Portanto, em uma eventual necessidade de redução de produção de água tratada no Sistema Rio das Velhas, em função da redução da vazão, é possível aumentar a produção de água tratada do Sistema Rio Paraopeba e, por meio de manobras operacionais, abastecer regiões originalmente atendidas pelo Rio das Velhas”, completou. O Estado de Minas questionou se houve a transferência de água entre os sistemas nos últimos dias, mas a concessionária não respondeu.


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